Opinião – Preocupações e cautelas

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Norberto Canha

 

Preocupa-me que tendo feito uma palestra, em homenagem ao professor João Pedroso Lima, no Exploratório, cujo tema era Coimbra e o Futuro – porque está uma cidade em agonianão esteve a sala cheia como desejava; os jovens contavam-se pelos dedos duma só mão; quase todos os restantes já tinham ultrapassado a terceira vintena da vida.
Jovens pensam que a inteligência é uma coisa diferente do que eu penso. Para mim, a definição que mais se coaduna com o momento atual é: repensar o passado, pensar o presente para acautelar, descortinar e traçar os caminhos do futuro. Ir à Internet não diz tudo porque do passado só se for da história, mas mesmo que diga tudo, é diferente o saber da Internet do saber fazer que em circunstâncias difíceis ou adversas é mais importante saber fazer do que muito saber. A sabedoria aconselha a que se associem sempre os dois saberes.
Tenho um livro para publicar – falta de cabimento de verba – e uma destas noites a sonhar ocorreu-me o seguinte facto: uma torre na vertical, eu a subi-la num tractor. Considerava impossível fazê-lo. Quem ia ao meu lado dizia: “Sobe”. Já estaríamos na vertical. Já me via esborrachado debaixo do tractor; avancei, avancei. Eis-nos no topo da torre, muito alta, mas com pouco espaço. Olho para baixo, tive vertigens ou atracção do abismo. O tractor ficou, o meu companheiro começou a descer e eu a segui-lo, encontrámo-nos no chão sem qualquer beliscão. Que teria acontecido? Qual seria o milagre? O EIVA – ou seja as energias indispensáveis à vida, ou seja o título do livro que aguarda publicação; Energia Alimentar simbolizava pelo tractor deixado no topo da torre e a agricultura é a primeira das culturas. A Energia Electromagnética pelo tornar possível a subida do tractor. A energia das ideias e pensamento que tornou possível criar a tecnologia para que o facto acontecesse: o tractor no topo não só por ser a primeira das culturas mas porque permite alimentar a tecnologia e as outras culturas!… Como conclusão, se queremos voltar a ser um País saudável devemos criar ou ter as três formas de energia, sendo a prioritária a Energia Alimentar. Somos um castelo cercado e os nossos credores podem-se apoderar de tudo se tivermos que lhe pagar a dívida, não nos ficará no nosso país, nada para sustentar as três formas de energia.
Li nos nossos diários, não sei se em caixa alta, mas com destaque que: – Ia ser construída uma nova maternidade que custará, se não se vier a exceder o orçamento, 170 milhões de euros. Será assim tão indispensável? Se não temos agricultura. Não será uma prioridade viabilizá-la?
Fui a Elvas em excursão – cidade encantadora – as oliveiras pareceram-me a agonizar. Tive em agricultura por mim criada, mais ovelhas, vacas e cabras, do que as encontradas no caminho. Impressionado criei o termo ELVA ou seja Energias Limitativas da Vida: Fome; Poluição e os Políticos, estes pela sua impreparação…imponderação…e ignorância. Vão atrás dos termos e acham tudo redutor desde que não seja globalização. De facto a primeira globalização foram os Descobrimentos… o vento… as águas… mas desde sempre, tudo é global, mas tudo é específico, isto é, nunca se encontraram duas coisas iguais. A especificidade tem que se cultivar… cada pessoa, cada lugar, cada país tem a sua especificidade….
Os problemas da sustentação da vida são locais e não há que ficarmos subjugados ao global. Depois da explosão das bombas atómicas, se houvesse tecnologia não haveria nada que não tivesse ficado poluído com essas explosões. Não está certo que estranhos em nome do estandarte da Democracia e Liberdade, se assista neste momento da História da Humanidade e, passivamente, ao que está a acontecer na Síria e por extensão a toda a África…
Indo ao fundo dos problemas, os poderosos querem-se apoderar ou controlar todos os recursos do planeta – razão da maior calamidade ocorrida no século passado em que os capitalismos do Estado e do Capital se associaram para a Descolonização exemplar, causa da tragédia a que se assiste – mas a outra preocupação é o senhor presidente da Câmara anunciar que se vão gastar milhões e milhões de euros para desassoreamento do Mondego. Não haverá outra solução, que até daria lucro uma vez que a areia está a escassear?
O ruído ocasionado a altas horas na cidade que impede de dormir quem tem que trabalhar e até obrigada a tomar sedativos, porque à noite, os ruídos nas casas e nas ruas, principalmente da alta, é tão perturbador que a isso se assiste sem se poder fazer nada. A maior causa desse ruído são os estudantes, os queixosos vão às polícias…, vão ao reitor…, vão ao presidente da Câmara e não é com eles!. Haverá que recorrer aos ciganos? Já não há praxes nem trupes.
Haverá, se assim continuar, pensar em novos presidentes das câmaras que não sejam políticos nem estejam subordinados aos políticos e… novos reitores que não sejam políticos. ( 29/12/2016 )

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