No momento em que a subserviência impera; em que as conveniências se sobrepõem às amizades e que a gratidão é colocada na prateleira dos esquecidos, eu, que no Diário As Beiras escrevo, sou tratado como um bem vindo com amizade, afecto e liberdade de escrever o que penso, sem censura ou reticências.
É esta a forma de expressar o carinho para quem nele trabalha, pronunciando alto e bom som obrigado e a minha gratidão. Espero que assim permaneça e continue a ser. Que o Diário As Beiras seja e continue a ser um ponto de referência de tirar o País da agonia em que se encontra e cada vez mais se afunda.
Os políticos não têm preparação. A sua formação é adquirida na universidade e sem avaliar o esforço e sacrifício que os pais fazem ou fizeram. Saem e não têm emprego. Os mais afortunados são aqueles que pertencem ou se inscreveram nas juventudes partidárias; para esses, se falam bem ou estão em sintonia com a música dos chefes, arranja-se sempre um “tacho”. É assim que desde as juntas de freguesias às câmaras municipais têm hoje, cinco vezes mais funcionários do que no antigamente e, para suportar estes e outros apetites, os impostos são cada vez mais elevados.
É ainda que dada a abrangência dos impostos não há dinheiro para investir e até os bancos vão à falência, que não será por incompetência dos gestores, mas porque não havendo investimento não há juros e dele vivem as entidades emprestadoras….
Para mais anuncia-se que das heranças se preparam ir buscar 38 por cento da avaliação dos haveres – sem avaliar os prejuízos – e as Finanças não são entidade de caridade…. Os bancos que mais investiram, como não há rendimento do investimento, mais cedo faliram…
A liberdade não existe. A censura está instalada. O acesso aos cargos públicos não é por competência é cada vez mais por subserviência.
Exemplo pessoal.
Pediram-me para me candidatar à presidência à ACM – Associação Cristã da Mocidade de Coimbra – o sr. dr. Horácio Pinto e o sr. Graciano Marques. Tanto tentaram que acabei por aceitar. Nas direções a que presidi tirou-se à ACM de Coimbra a pré-agonia em que se encontrava. Até houve um incêndio.
Os bombeiros chegaram a horas, mas as bocas de incêndio não deitavam água. Ardeu. Ainda bem porque se fizeram obras e a câmara nada deu nem facilitou. Não seria responsabilidade sua?
Valeu-nos, para não ficar com dívidas, o seguro, a Gulbenkian, o ministro Fernando Nogueira e a Fundação AO. O quadro a azulejo do salão nobre executado pelo artista Fernando Crespo, mas com mote meu: “As ideias não se digladiam, digladiam-se os homens pelas ideias”.
Comemoram-se os 80 anos da ACM, faz-se um concurso de pintura com prémio em que a votação do escolhido era feita pelos visitantes. Houve também concurso de conto e poesia com prémio único e o júri presidido pelo professor Aníbal Pinto de Castro. Foi impresso o primeiro volume.
O segundo volume, problemas sociais; terceiro volume, cujo título agora não me recordo, também publicado. Esses livros foram deixados impressos, nunca distribuídos, postos no índex por proposta da direção e numa assembleia geral em que presidia um juiz de Direito jubilado. Que iniquidade…
Bem-haja Diário as Beiras e quem nele trabalha!…