Opinião – Sejamos bons profissionais, mas melhores pessoas!

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Hélder Rodrigues

Hélder Rodrigues

Na Sessão de abertura do ISCAC Business Week, que decorreu a semana passada, foi proferida uma frase que me ficou “a tilintar” na alma; “Sejam bons profissionais, mas melhores pessoas!”.

1. Aos milhares de recém-licenciados deste País

É quanto a nós, uma frase revolucionária! O ISCAC está de facto a fazer uma revolução no ensino superior elevando-o a uma fasquia elevada, ao harmonizar conhecimentos, saberes, tecnologias e valores humanos, ao assumir que a sua missão é “formar pessoas” e não simples profissionais!

Mais do que uma frase, é um instrumento de acção, uma forma de estar, chave para uma vida de sucesso dos milhares de recém-licenciados que são lançados todos os anos no Mercado de trabalho, sem saber para onde vão nem por onde devem ir, porque não sabem o que são!

Pela importância crucial do tema, vou-lhe dedicar as próximas Crónicas começando por fazer uma viagem autobiográfica ao passado!

2. Adeus parceiros das farras!

Faz agora uma data de anos! Tantos que já lhes perdemos a conta, que terminámos a vida de estudante e saímos cá para fora com o “canudo” da Licenciatura nas mãos!

Parece que foi ontem! Mas é assim. A vida passa depressa. E quando a malta a começa a compreende-la melhor, a tirar-lhe a 2º derivada, a separar o trigo do joio, a usufruir dos privilégios que uma vida bem vivida nos pode dar. Pumba! Já lá foi uma data de anos!

Parece que foi ontem, a ultima prova oral, perante um Professor insolitamente simpático e benevolente. Familiares e amigos espalhados pelo auditório, em ar de festa. Ao fim de 10 minutos de interrogatório, o veredicto final: Estou satisfeito! Está aprovado! Parabéns! Felicidades!

De repente ficámos “zonzos”! Afogados em cumprimentos, abraços e beijos, palmadas nas costas e eferreas! No Bar ao lado, cervejas, ginjinhas e pirolitos para todos! À noite um jantar especial! Uma satisfação interior de liberdade, de um novo estatuto!

Mas terminada a euforia, demos por nós a pensar na “embrulhada” em que estávamos metidos! Pouco mais sabíamos fazer senão estudar e gozar a vida à custa da mesada dos pais, como se o dinheiro caísse do céu!
“Adeus parceiros das farras, das noites e guitarradas, adeus luzes da cidade!”

3.Tinham-se esquecido do principal!

Durante 20 anos tinham-nos obrigado a decorar; rios e montanhas, Reis de Portugal, Química, Física Atómica, Desenho Geométrico, Trigonometria, Mineralogia, Probabilidades, Mecânica Racional, Calculo Infinitesimal, Termodinâmica, Transferências de Massa e de calor….

Mas ninguém nos tinha ensinado, com a mesma intensidade e desvelo, matérias fundamentais para a vida; a importância da cultura e das artes no quotidiano, a capacidade de gerar carinhos, afectos, amizades e solidariedades à nossa volta, o exercício da cidadania e a importância do voluntariado, como lidar com agressões e injustiças, acarinhar os mais novos, apoiar os mais velhos, compreender outras gerações, culturas e credos.

E duma forma mais pragmática não nos tinham ensinado; como construir uma vida feliz! Tinham-se esquecido do principal!
De mala na mão e uma nota de 100 paus no bolso, partimos para um estágio na Refinaria da Shell na Holanda. Embarcámos na Estação Nova e lá fomos com a cabeça cheia de esperança, ideais e projectos, mas de olhos fechados, sem saber o que nos esperava!

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