“A cidade só se transforma se houver uma participação efetiva dos cidadãos”

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FOTO DB/CARLOS JORGE MONTEIRO

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Que balanço fica dos três anos do movimento Cidadãos por Coimbra (CpC)?

O balanço que se pode fazer é de que o CpC marcou, em Coimbra, uma nova maneira de fazer política. Nós não estamos na política para fazer oposição pela oposição, mas na perspetiva de fazer oposição, naturalmente, estando em minoria, mas uma oposição construtiva. Debatendo os dossiês com a comunidade – e temos uma boa equipa, que estuda os dossiês, daí a nossa intervenção na câmara e na assembleia [municipal de Coimbra], sobretudo, mas também nas freguesias –, e fazendo propostas.

Questões ou dossiês importantes para os CpC?

Quando na câmara se decidiu avançar para as obras no Terreiro da Erva, fomos nós que exigimos a discussão pública. Ela foi aprovada, promovemos várias sessões com especialistas e um debate no local, apresentámos as nossas propostas, a maioria decidiu seguir outro caminho. É assim, as maiorias assumem as suas responsabilidades.

Outra questão diz respeito à qualidade de vida no que toca ao ruído e aos horários dos estabelecimentos. Nós sempre quisemos, sobretudo, contribuir para a melhoria da qualidade de vida urbana, porque há quem precise de repouso e é necessário compatibilizar com quem vive a noite. Fizemos visitas a vários locais – Sé Velha, praça da República, Sá da Bandeira, Baixa, S. Martinho do Bispo, Bairro Norton de Matos –, falámos com as pessoas, organizámos debates e fizemos uma proposta. Dessa proposta, foram integrados no regulamento final vários aspetos, o que é louvável, mas ficámos com uma divergência de fundo que tem a ver com o facto de se excecionar apenas uma determinada zona (centro histórico).

Entendemos também que um projeto destes devia estar associado à abertura de novas zonas propícias à diversão noturna, numa área que vai do Arnado – com edifícios industriais – até aos pavilhões ferroviários. Também porque a Baixa precisa de densificação populacional, para que haja um maior sentimento de segurança.

Houve ainda uma discussão pública sobre o regulamento da água, organizamos um debate, fizemos propostas, fomos a única entidade que se pronunciou sobre um regulamento tão importante como este – com um conjunto de direitos e deveres dos consumidores –, não fomos ouvidos, mas pronunciamo-nos e temos pena que mais ninguém o tenha feito.

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