Opinião – Homens do Norte e as séries

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Ferreira Ramos

Ferreira Ramos

Audição do Embaixador do Reino da Dinamarca, a convite requerido pelo Grupo Parlamentar do PS, com vista a permitir que possa apresentar na Assembleia da República o seu ponto de vista através dos seus representantes diplomáticos, sobre as alterações que foram objeto de deliberação do Parlamento dinamarquês no dia 26 de janeiro.

Reunião de 2016-02-11 da Comissão
de Assuntos Europeus

Os Homens do Nortes nunca nos deram muita dor de cabeça, a nós que estamos nesta ponta…
Vantagem da periferia. Convivemos com os Muçulmanos em 700 e não com os Vinkings.
Vistas as evidências das séries históricas (Vikings, Último Reino) podemos dizer que ganhámos em tranquilidade, parece.

Numa primeira ideia, ao ler-se a notícia, pareceria que o PS quereria somente agradecer à Dinamarca a realização da série Borgen que faz primeiro-ministro a líder de um partido com meia dúzia de deputados. Ou seja, que permite a quem não ganha governar e impede quem não tem capacidade de estabelecer consensos de formar Governo.

Mas não parece que a Assembleia da República terá aprovado por unanimidade o convite (linguagem diplomática) para o embaixador da Dinamarca ir explicar aos deputados portugueses a razão da alteração de uma legislação destes povos do Norte… Parece que aprovaram legislação no sentido de confiscarem aos refugiados que têm apoio da Segurança Social local (deles) valores acima dos 1.300 euros.

Desde logo a unanimidade parece excessiva! Não é crível que todos os portugueses representados por esses deputados tenham dúvidas acerca dessas medidas… Há alguns que as defendem acerrimamente. E o ímpeto vocativo peca por escasso. Terão chamado os embaixadores dos países que fazem muros? E chamaram o embaixador russo para que lhes explicasse a Crimeia? Ou até os embaixadores de países africanos para perceberem os contratos que celebram?

Parece que não. Mas como paladinos da Liberdade no Mundo, que, sabe-se, se não fossem eles estaria francamente ameaçada, apressam-se a chamar o homem do Norte.

Que veio, explicou e foi-se embora. Antes lá lhe agradeceram todos. Por isto e por aquilo. Ele terá explicado que a razão da medida era tratar de forma igual os refugiados e os nacionais do seu país. Ele, por decoro, não terá explicado como funciona o Estado Social nórdico nem lhes terá recordado os encómios com que se referem à proteção social nórdica, ao salvaguardar dos direitos das minorias e ao rigor das contas públicas.

Mas o que não lhe perguntaram, e podiam ter feito o 2 em 1, foi o que se passa com a carne de porco? Ou seja, é verdade que obrigam a manter nas ementas das escolas carne de porco mesmo em escolas onde estejam refugiados? Mesmo em escolas em que estejam muçulmanos? A alguns parecerá bem! Muito bem!

É a forma de garantir o princípio constitucional da igualdade e que, por se ser cristão, católico ou luterano, cá, no nosso País, não ficamos impedidos de uma bela dieta mediterrânica e podemos continuar a comer a nossa bifana, uma paiola ou um cozido à portuguesa (normalmente, prato do dia à quarta feira).

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