Opinião – Sétimo: a quebra do investimento

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Paulo Valério

Paulo Valério

O mote é bem conhecido. O despesismo dos socialistas contra a parcimónia da coligação. Se a política se alimentasse de verdade, quem “poupou” durante quatro anos para deixar uma dívida pública maior do que aquela que encontrou não devia estar autorizado a este tipo de atoardas. Mas não é a verdade que anima a política. E, absolutamente, não é ela que anima a dupla Passos e Portas.

Seja como for, uma coisa é certa: a brutal quebra do investimento, público e privado, na economia nacional é perturbadora. É-o pelo que representa de oportunidades perdidas e de atraso irrecuperável na competitividade das empresas. Pelo que diz sobre o divórcio entre o Estado e as suas funções mais essenciais, como a Saúde ou a Educação. Mas, mais do que isso, impressiona a confusão, ignorante ou perversa, entre (má) despesa e (bom) investimento.

Para a coligação isso não é grande problema. O seu programa, desde a primeira hora, consiste em pegar em todo o dinheiro que conseguir juntar, para pagar aos credores. Não importa de onde vem. Se vem do bolso dos pensionistas ou dos jovens trabalhadores; se vai à conta dos desempregados; se degrada o Serviço Nacional de Saúde. Se pudéssemos comparar o Estado com um chefe de família – para jogar o miserável jogo deles – seria como cortar no medicamento da avó ou adiar a cirurgia da mãe, para satisfazer a prestação do banco. Para eles, uma questão de honra. E isto não é demagogia. Antes fosse.

Os que insistem em fazer das campanhas um filme a preto e branco, talvez se encantem com estas e outras. Quem quiser ver um bocado para além disso, facilmente perceberá que levar o Estado e as famílias à morte por asfixia não tem nada de virtuoso. Para o comum dos portugueses, morrer com os bolsos vazios e com os cofres (do Estado) cheios não tem mesmo nada de encantador.

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