Opinião – O “milagre” de Juncker

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Gil Patrão

Gil Patrão

A Economia não utiliza símbolos do SI (Sistema Internacional de Unidades) ao designar a massa monetária, exceto para 106, pois um M (M, de milhão) são um milhão de euros, aqui e nos EUA.

A confusão entre europeus e norte-americanos quanto a bilhões, biliões e trilhões, desaparece com o uso dos símbolos que a Ciência utiliza: mil milhões são 109 (G, de giga), que nos EUA dizem um bilhão, sendo aí um trilhão o que, para nós, é um bilião (um milhão de milhões, logo 1012; T, de tera).

Sendo a Economia ciência social com alguns “critérios elásticos” de exatidão, a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, em análise entre estes dois blocos, lucrará se G€ (gigaeuro) passar a indicar, a todos, 109 euros, e T$ (teradólar) 1012 dólares e vice-versa, mutatis mutandis.

Vem isto a propósito da iniciativa da Comissão Europeia (CE) de criar novo Plano Europeu de Investimentos Estratégicos (PEIE) com um Fundo, a gerir pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), que visa mobilizar financiamento público e privado. Esse Fundo, quando for aprovado pelo Parlamento Europeu (PE), carecerá de muitos milhares de milhões de euros (que designo por G€).

Iluminados pelo poder divino do Papa Francisco, que visitou o PE, os DE, ao aprovarem o PEIE que a CE de Juncker engendrou, oficializarão “milagre” que lembra o da multiplicação dos peixes, pois um só euro, do Orçamento Europeu, irá gerar quinze euros de investimento, por parte do setor privado. Não será isto um milagre?

Juncker, célebre P-M do Luxemburgo, que aí sediou muitos capitais estrangeiros, em troca de “pequenas” facilidades, dá à União Europeia a oportunidade de, com este novo milagre, ou não fosse ele o J-C europeu, resolver crise endémica, gastando pouco dinheiro.

O orçamento de 315 G€ do Fundo custará 21 G€ de investimento público, vindo 16 G€ do Orçamento Europeu, estando 8 G€ garantidos pelo Mecanismo Interligar a Europa, com 3,3 G€, Horizonte 2020, com 2,7 G€ e 2 G€ de margens orçamentais, a transferir para o BEI, como garantia.

Acrescem 5 G€, do orçamento do BEI. Já os 294 G€ de investimento privado, alavancados pelo investimento público, promoverão, de 2015 a 2017, a acreditar na orientação estratégica da CE, a dinamização de projetos onde estes criarem maior valor acrescentado.

O apoio a PME´s será garantido por novas formas de financiamento de projetos, e por roadmap que torne a Europa mais atrativa para investidores. Visa o PEIE criar o Mercado Único de Capitais, e apoiar a procura de capitais externos, por parte das PME´s.

Os Estados-Membros preparam já listas de projetos para receberem financiamento nas ligações transeuropeias ao nível de infraestruturas tecnológicas e de energia, em infraestruturas de transporte de meios industriais, na educação, investigação, inovação e energias renováveis. Na capitalização de empresas, as PME´s europeias terão apoios para acederem a capital de risco e a garantias financeiras.

A CE estima um crescimento do PIB de 330 a 410 G€ e a geração de 1,3 milhões de postos de trabalho, até 2017, se PE e Conselho aprovarem o PEIE e criarem, em dezembro, o pacote legislativo. Como quero acreditar neste “milagre de multiplicação” da União Europeia, se não de peixe… do PEIE!

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