Sol na eira e chuva no nabal

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Luís Santarino

Luís Santarino

A política é como a religião. Quando são fracas, as seitas e os aldrabões apoderam-se da consciência dos cidadãos. Num mês tradicionalmente de férias os militantes do PS vão andar numa “roda viva”! Irão?
No meio de tanta discussão – eleições para as federações e primárias para secretário-geral – é vulgar encontrarmos pessoas que acham possível “fazer sol na eira e chuva no nabal”!
Há muito que tenho as opções feitas e por isso nada me move contra os demais. Além disso, como sou do desporto, nunca disputo nada “contra” ninguém, mas sempre “com” alguém! Por vezes, confesso a minha culpa e alguma ponta de fraqueza, quando o cidadão é inqualificável, estou contra. Mesmo contra.
Portugal preocupa-me. Penso que nos preocupa a todos, cidadãos de bons costumes. Mas quem poderá ser simpático ou tolerante com a vigarice, com os maus costumes, diria?
Eu não consigo.
O meu País “fechou para balanço”!
Não bastava aquela coisa imprópria do acordo ortográfico, parecendo que não fomos nós, Portugal e os portugueses que iniciámos a primeira globalização, até ao ajoelhar perante interesses, legítimos diga-se, da entrada da Guiné Equatorial na CPLP.
Os argumentos pró e contra são conhecidos, variados, “tutti fruti”, mas fica-me um amargo de boca quando vi a expressão do PR e do PM após a entrada em campo do titular da Guiné.
As questões económicas sobrepõem-se sempre às questões políticas. Eu sei. Aliás, até sei que, quando assim não foi, era o Professor Salazar o Presidente do Conselho de Ministros!
O que me doi sobremaneira, é a forma como Portugal não se dá ao respeito. Casos daqueles só acontecem, porque a generalidade da classe política é medíocre. Não defende o País com a determinação que se lhe exige e os cidadãos merecem.
Depois da queda do governo Sócrates, o inglês nas escolas era um luxo; agora passou a ser uma necessidade. O desemprego não era preocupante, porque num País de pleno emprego a economia não funciona; agora, diz-se que é necessário cativar “gentes de outras paragens”! A saída de jovens qualificados para todo o mundo, era para a “malta nova” sair da zona de conforto; agora passou a ser uma desgraça nacional. O TGV mercadorias era uma estupidez porque não era rendível; agora, venha ele porque somos a porta de entrada na Europa. A construção do novo aeroporto seria uma desgraça para as finanças públicas; agora é uma absoluta necessidade. O Estado Social era um albergue de moinantes e vadios, de reformados parasitas que queriam viver à custa dos jovens; agora, o senhor Juncker, valha-o Deus, quer 300 mil milhões de euros para a sua sustentabilidade.
Sócrates teve alguns defeitos, é certo; mas ao pé desta malta que por aí anda, a quem agora caiu a máscara, mais parece um “menino de coro”!
Por isso, não vale a pena aos socialistas falarem de Sócrates para defenderem teses de apoio, ou não, a Seguro ou Costa. Sobretudo aqueles, que à sua sombra, comeram da mesma gamela.
Usar terceiros – o ódio mata – para um combate que se deseja não deixe sequelas graves, não tem explicação.
O PS é um partido político determinante para o futuro do país. O mesmo que, precisa de um governo forte e de uma oposição igualmente forte.

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