Rita Rato
No próximo dia 8 de Maio será discutida no plenário da Assembleia da República a petição dinamizada pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos de Coimbra contra o encerramento das urgências noturnas do Hospital dos Covões.
Em boa hora estas mulheres e homens arregaçaram as mangas e fizeram-se às ruas para esclarecer, mobilizar e recolher milhares de assinaturas em defesa das urgências, dos Covões, do direito à saúde
Mais uma vez o tempo veio dar (infelizmente) razão ao MUSP dos alertas sobre este encerramento e de como atrás deste viriam outros. Recentemente foi tornada pública a decisão do Governo encerrar o serviço de Urgências deste Hospital durante os fins de semana. Esta decisão é sem sombra de dúvidas mais uma prova do objetivo de desqualificação e desvalorização dos Covões enquanto unidade hospitalar de referência.
Mais uma vez, as mangas terão que ser arregaçadas e as vozes afinadas para continuar a lutar.
Agora que se comemora Abril, Maio e as suas conquistas democráticas é mais uma vez tempo de festa mas também de luta. Luta em defesa cerrada dos direitos conquistados com a Revolução de Abril e agora tão ameaçados.
Direitos conquistados com a luta homens, mulheres e jovens para transformar profundamente a vida do povo português assegurando pela primeira vez direitos fundamentais a “que todo o ser humano, pelo simples facto de existir, tem direito”.
Abril foi e continua a ser a festa mais bonita, a festa que trouxe consigo a liberdade política e sindical, o direito à greve, o salário mínimo nacional, o direito ao gozo de férias, o subsídio de férias e de natal, os acordos coletivos de trabalho e a proteção social, o direito à educação para todos os jovens independentemente das suas condições económicas e sociais. Abril representou pela primeira vez para milhares de pessoas o direito a uma consulta médica.
E hoje, mais uma vez enquanto comemoramos Abril e as suas conquistas democráticas lutamos contra aqueles que, de há 37 anos a esta parte, tudo têm tentado para cerrar as portas que Abril abriu.
A luta contra a política das troikas e por uma política patriótica e de esquerda é uma luta por Abril, porque é uma luta pela democracia, pelo respeito pelos direitos e interesses dos trabalhadores e do povo, pelo progresso, pelo desenvolvimento, pela justiça social, pela independência nacional.
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