A 19.ª edição do Festival Caminhos do Cinema Português começa na próxima sexta-feira, dia 9, em Coimbra, com esperança de não ser a última vez. A dúvida é legitimada pela falta de apoios financeiros ao setor, afirmou o diretor do certame.
Promovido pelo Centro de Estudos Cinematográficos da Associação Académica de Coimbra, o festival decorre até 17 de novembro e apresenta cerca de 200 obras inscritas, um terço das quais (67) na secção competitiva.
“Temos confiança inteira no projeto e confiança de que Coimbra acolhe o cinema português normalmente com grande entusiasmo e recetividade. A questão que se coloca é que vivemos uma situação conturbada no país, a nível financeiro e a nível dos apoios à cultura”, disse à agência Lusa Vítor Ferreira, diretor do festival.
“Vejo os outros festivais a fechar portas e os nossos produtores e realizadores com muitas dificuldades em produzir e criar cinema português”, sustentou o responsável do certame.
Apesar das dificuldades, o número de filmes inscritos na atual edição reflete, segundo Vítor Ferreira, a “quantidade de cinema que se produziu” no último ano em Portugal “o que ainda demonstra alguma vitalidade”.
Com um orçamento de 43 mil euros “que não é comparável a outros festivais em Portugal” o certame é todo organizado por voluntários.
“É, acima de tudo, organizado por estudantes da Universidade e escolas superiores de Coimbra, cerca de 40 pessoas durante seis meses a trabalhar no evento implica conciliar estudos com a preparação do festival”, frisou o diretor.