Ensino centrado no aluno “está longe de estar adquirido”

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Pedro Lourtie, um dos responsáveis pelo acompanhamento do Processo de Bolonha no ensino superior português, realçou que a mudança de um “ensino passivo” para um modelo centrado nos alunos “está longe de estar adquirida”.

Aquele responsável falava em Castelo Branco, na abertura do encontro nacional intitulado “A Concretização do Processo de Bolonha em Portugal”, que reúne representantes de sete universidades e catorze instituições politécnicas.

Pedro Lourtie, ex-secretário de Estado do Ensino Superior, presidiu também ao Grupo Dinamizador do Processo de Bolonha em Portugal.

O processo prevê a harmonização do ensino superior europeu com um sistema comum de unidades de crédito e graus académicos.

Para Pedro Lourtie, a mudança do modelo de ensino centrado no docente para um sistema de aquisição de competências focado no aluno é a principal mais-valia do Processo de Bolonha.

Para lá do conhecimento adquirido, as competências “têm um papel crescente nos objetivos de aprendizagem e de empregabilidade”, mas a mudança “está longe de estar adquirida e consolidada”.

As instituições têm aí uma responsabilidade acrescida, destacou Pedro Lourtie, realçando que “o desenvolvimento de competências requer oportunidades para ao seu exercício”.

Ao mesmo tempo, esse exercício deve levar “a uma valorização das competências na avaliação”.

Para Pedro Lourtie, os alunos são hoje “demasiado levados ao colo no ensino secundário” e “quando chegam ao ensino superior, não têm capacidade de autonomia, de gerir o seu tempo: ou lhes fazemos a papinha toda ou os atiramos à água para ver se sabem nadar”, ilustrou.

Defendendo uma posição intermédia, “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”, lançou o repto para serem as instituições de ensino superior a desenvolver essas competências junto dos alunos.

Uma tarefa que pode ser ingrata, tendo em conta que, tanto em Portugal como no resto da Europa, “a maioria quer um diploma, só uma minoria quer aprender”, mas cabe às instituições encontrar as estratégias de motivação, sublinhou.

O encontro de hoje em Castelo Branco acontece depois de ter terminado no último ano letivo a obrigação legal das instituições em reportarem a implementação do Processo de Bolonha.

Para o anfitrião, Carlos Maia, presidente do IPCB, esta “é a altura ideal para saber o que todas as instituições fizeram”, defendendo que o trabalho de harmonização deve continuar a ser monitorizado e discutido.

O encontro de hoje vai dar origem a uma publicação com as comunicações de cada um dos participantes.

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