Greve Geral

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Serpa Oliva. deputado do CDS-PP

Escrevo esta crónica num dia que alguns chamam de greve geral. Confesso a minha total solidariedade, em primeiro lugar para com os 700 mil desempregados do país; depois com todos aqueles que, querendo ir trabalhar, não o fizeram porque o setor dos transportes públicos, pagos com o dinheiro de nós todos, decidiu pura e simplesmente alinhar pela greve, esquecendo que os mais desfavorecidos da sociedade são seguramente aqueles que mais sofrem com tal atitude.

Que eu saiba nunca um rural fez greve. E espanta-me também que classes ultra privilegiadas, como médicos, enfermeiros, maquinistas e pilotos de aviões, só para mencionar alguns, alinhem numa total incongruência com uma situação a todos os títulos inexplicável.

Ninguém põe em causa o direito inalienável à greve, mas devíamos sentir, e o curioso é que a grande maioria da população portuguesa assim o sente, que o Estado de emergência nacional não devia consentir tal tipo de atitudes. Espanta-me que os presidentes das duas centrais sindicais, que estão no lugar há dezenas de anos, continuem exatamente com o mesmo discurso desde a primeira hora. Não acredito que estejam a defender os portugueses, mas sim fins políticos, sabe-se lá com que intenção.

Apesar de tudo, milhões de portugueses estarão hoje no seu posto, certos de que outro caminho não há a não ser o trabalho e se possível executado com vontade de se ser melhor que ontem. A situação a que chegámos, e a que já não são alheios praticamente o todo europeu, os Estados Unidos e a própria China, não se compadece com atitudes destas. Estamos seguramente num caminho de recuperação em que os primeiros passos estão a ser dados. Que o Governo não se deixe manietar por manifestações mais ou menos ruidosas, e continue no seu caminho de reforma e de construção de um Portugal mais justo e fraterno.

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