De noite e Diu

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Gonçalo Capitão

Ainda a tentar acalmar-me depois das emoções da vitória da Briosa sobre o FCP (a 10.000 quilómetros da alma mater, abriu-se espumante!), convido-vos para uma última paragem nas nossas antigas possessões indianas: Diu.

Tratando-se de uma pequena ilha provida de aeroporto, Diu é terra procurada por indianos pelas suas praias, tendo hotéis de razoável qualidade. Porém, se pensar em apanhar sol ande cerca de três quilómetros na direcção de Vanakbara, até encontrar praias desertas, sob pena de deparar com grupos de homens que ficam especados a olhar para si (mesmo que vestido ou vestida) a cerca de um metro de distância, jovens raparigas adolescentes que pedem fotografias “de família” e outros sinais que o converterão numa atracção turística com inconveniente excesso de atenção.

Já na cidade a loiça é outra e não há quem lhe torre a paciência. Comece, por isso, pelo enorme Forte, que se diz ser o maior forte português na Ásia e que data de 1535. Canhões, capelas, dependências, um farol e uma cadeia em plena operação (tal qual como no Forte Aguada, em Goa) são algumas das evidências históricas num conjunto que junta a tudo isto vistas encantadoras.

Entre elas, o Fortim-do-Mar (a antiga cadeia), salvas as devidas distâncias, tem o seu “quê” de Torre de Belém, pese embora apenas o possa avistar da margem ou das muralhas do Forte, por estar ao serviço da marinha indiana.

Para o resto do passeio posso sugerir a Igreja de São Tomás, que, hoje em dia, alberga o Museu de Diu, onde, sem surpresa, encontrará muito e boa arte sacra, pese embora pudesse pedir-se melhor manutenção, a começar pela erradicação dos pombos que esvoaçam, de quando em vez, pelo seu interior.

Não longe, a Igreja de São Francisco de Assis é hoje um hospital, mas não deixa de ser uma bela vista.

Já a Igreja da Imaculada Conceição ou de São Paulo, como também é conhecida, é um dos mais elaborados exemplos do gótico português além-fronteiras, sendo magnífico o seu “rendilhado” exterior. Curioso foi ver a confusão de alguns turistas que achavam necessário tirar os sapatos (estilo mesquita), mas não o chapéu, para desespero do vigilante.

O resto da cidade são ruas com traça portuguesa, um mercado e sua praça rebentando de cor e animação e uns dias de repouso agradável. Contudo, a ter que fazer selecção, sugiro que comece por Goa, continue em Damão, guardando Diu para o tempo que lhe restar. Note que esta é apenas uma escolha pessoal, sendo que o conselho primeiro é o de que visite as três paragens, pois fará uma viagem encantadora pela memória lusa.

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