Movimento de terras põe em risco habitações em Pereira

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Vários edifícios da Urbanização Quinta de S. Luís, em Pereira, podem estar em perigo devido ao movimento de terras, a jusante, alegadamente provocado pela terraplanagem de uma obra.

Os moradores dos blocos 34 e 35 da Rua B sentem-se “inseguros e preocupados” com a rápida evolução da ameaça. Em apenas uma semana, dois edifícios de cada bloco afastaram-se vários centímetros, na zona de confluência.

No mesmo lapso de tempo, o afastamento de terras provocou fendas na estrada e nos passeios e duas roturas nas infraestruturas de gás e água.

As fissuras são também visíveis no piso das garagens dos quatro edifícios. E um dos pilares de um dos edifícios começou a rachar, o que deixa os moradores particularmente apreensivos. O bloco mais antigo tem cinco anos e o mais recente tem dois anos.

“As portas do meu apartamento já não fecham”, afirma Acácio Tarrafa ao DIÁRIO AS BEIRAS. A situação atinge cerca de 20 famílias, que exigem a aplicação urgente de um plano de contenção e estabilização de terras na zona da obra.

Alertado pelo presidente da Junta de Pereira, José Rasteiro, o executivo de Montemor deslocou-se à urbanização, fazendo-se acompanhar de técnicos e responsáveis da Proteção Civil.

Entretanto, a câmara embargou a obra, cujo dono é a Misericórdia de Pereira, que pretende construir ali uma Unidade de Cuidados Continuados de Saúde.

Os moradores advogam a evacuação dos blocos, por uma questão de precaução. “Se os técnicos não nos oferecem garantiras de que a situação vai estabilizar, obviamente devem ser tomadas medidas preventivas com caráter de urgência”, enfatizou Acácio Tarrafa.

José Rasteiro faz suas as palavras dos proprietários e inquilinos da Quinta de S. Luís. “Estou muito preocupado”, disse, propondo um “plano de evacuação urgente, porque mais vela prevenir”.

Desde sexta-feira que Hélder Araújo, da Proteção Civil de Montemor, tem vindo a monitorizar o movimento telúrico. E vai manter-se atento durante o fim de semana.

A colocação de marcas nas zonas de junção dos edifícios permite aferir a evolução da situação. “Desde o início do dia de hoje (sábado) que não se registaram deslocamentos”, afirmou o técnico, ao final da tarde.

Segunda, 8, reúnem-se na Câmara de Montemor políticos, técnicos, o promotor da obra e o construtor. O objetivo da reunião é a criar uma equipa interdisciplinar destinada a avaliar a situação e definir o plano de intervenção.

Técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil também deverão fazer parte do grupo de trabalho. Entretanto, os moradores da citada urbanização de Pereira conjeturam acerca da origem do deslocamento do bloco telúrico.

A zona habitacional e o sítio onde se faz a remoção de terras estão separados por um muro cujos alicerces se encontram a cerca de dois metros da superfície.

Todavia, uma área situada a nascente encontra-se desprotegida, presumindo-se que seja aquele o epicentro do problema.

Por outro lado, a remoção de terras está a ser feita a uma quota inferior à base do muro. A tudo isto, há que acrescentar o facto da Quinta de S. Luís se encontrar numa zona húmida.

Se o muro ceder, temem os moradores, os edifícios podem desmoronar-se. “O muro só ainda não ruiu porque a sua configuração não é retilínea”, afirmam os moradores, através de Acácio Tarrafa.

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