Opinião: Santos da casa

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Inaugurou-se recentemente a 16ª Bienal de Arquitetura de Veneza. A representação portuguesa é feita por 12 projetos que procuram mostrar edifícios públicos construídos durante os anos agudos da crise económica (quando o investimento público teve de ser refreado). Álvaro Siza, Eduardo Souto Moura, Manuel e Francisco Aires Mateus estão entre os autores dos projetos escolhidos. Assim como o arquiteto figueirense Miguel Figueira, com o seu projeto do Centro Náutico de… Montemor-o-Velho.

Para além da falta de destaque deste acontecimento no contexto figueirense, esta notícia fez-me recordar outros companheiros de juventude que hoje “dão cartas” nas artes e na cultura, com reconhecimento nacional ou internacional: o arquiteto e professor Pedro Maurício Borges; o seu irmão, o ator Miguel Borges; o escritor Nuno Camarneiro (vencedor do prémio Leya e que acaba de lançar mais uma obra); o viajante-escritor Gonçalo Cadilhe; o ilustrador e artista plástico Marco Mendes (que agora podemos acompanhar diariamente no Jornal de Notícias)… Muitos outros haverá e de outras gerações. Estes singraram sobretudo pelo talento e esforço pessoais, já que não se pode dizer que estivessem estado expostos, naqueles tempos de adolescência, a um “ecosistema cultural” particularmente dinâmico. Será que as atuais jovens gerações não mereciam que fizéssemos melhor agora?

Por outro lado, será que a Figueira não podia beneficiar mais dos seus talentos e dar-lhes mais destaque? É que quando se fala de “utilização de recursos endógenos” talvez se devesse começar pelas pessoas.

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