Opinião: “Rebeldes”? Rebelde é a Senhora tua tia!

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Francisco Queirós

Balas disparadas por um polícia turco, em dia de folga, assassinaram o embaixador russo em Ancara, na Turquia. O jovem polícia deixou claro o seu propósito de vingança pela expulsão e derrota dos “rebeldes” em Aleppo às mãos do exército sírio, apoiado pelo governo russo.

Aleppo, cidade mártir, cenário de terror e destruição, esteve até há alguns dias atrás ocupada por vários grupos armados que se opõem ao governo sírio. Aos primeiros, as centrais de informação designam por “rebeldes. Ao governo sírio chamam “regime”.
“Rebeldes” é uma expressão que provoca simpatia.

Rebeldes eram aqueles colonos ingleses da América do Norte, no Novo Mundo, que se revoltaram contra o Império Britânico. Quem são estes “rebeldes”? Supostamente, sírios opositores moderados do “regime do ditador sírio”, dizem. De facto, integram vários grupos armados, muitos são estrangeiros e mercenários.

São a Ahrar al-Sham, directamente apoiada pela Arábia Saudita e pela Turquia. A Divisão Hamza, com apoio directo dos Estados Unidos e da Turquia. A Divisão Sultan Murad, apoiada pela Turquia. A famosa Frente Al-Nusra, com origem na Al-Qaeda de Bin Laden, que arrasou as Torres Gémeas, e no ISIS. A Jabhat al-Shamiyah (Frente do Levante) que também tem tido o apoio da Turquia. O Harakat Nour al-Din al-Zenki, as Brigadas Islâmicas al-Safwa, e outros grupos do Exército da Conquista (Jeish al-Fatah), financiados, treinados e comandados pela Arábia Saudita.

E ainda a Legião Sham, fachada da Irmandade Muçulmana Síria. São estes os famosos “rebeldes”! É muito mais justo e honesto que se tratem por terroristas. Combatam o “regime” ou governo que combaterem.

Uma guerra é sempre um cenário de terror. As populações são sempre as grandes vítimas. Crianças, velhos, mulheres e homens morrem atingidos por balas e bombas. Numa guerra falta tudo, mantimentos, combustíveis, electricidade, água. Há fome, frio, dor, sofrimento e morte.

A guerra da Síria é um crime contra o povo sírio e a Humanidade. Mas não se pode aceitar que se escondam os criminosos. Muito menos que estes sejam apoiados, armados, custeados e até comandados pelos EUA, pela Arábia Saudita, Israel, a Turquia ou o Qatar, entre outros.

O polícia turco que abateu o embaixador russo é um suposto adepto da Frente Al-Nusra e agiu criminosamente. Ou não? Não é um “rebelde”! Não são “rebeldes” os que matam em França ou na Alemanha, na Turquia, no Iraque ou em tantos outros países árabes. São terroristas, mercenários ao serviço de grandes interesses.

Chamam-lhes “rebeldes”, a hipocrisia ultrapassa todos os limites! Não, não são “rebeldes”! Diga-se aos hipócritas: Rebelde é a senhora tua tia!

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