Em 2014 foram sinalizadas, na região Centro, 1641 situações e suspeitas de maus tratos, número que tem vindo a aumentar, quando comparado com os últimos anos. A deteção destes casos foi efetuada através dos 87 Núcleos de Apoio a Crianças e Jovens em Risco, criados nos vários concelhos ao nível dos cuidados de saúde primários e hospitalares, no âmbito da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).
Tal como acontece noutros países, a negligência – o não cuidar e o não dar à criança e ao jovem aquilo que de que necessita para o seu desenvolvimento normal, do ponto de vista da alimentação, higiene e cuidados de saúde – “é o tipo de maus tratos mais frequente”, afirma Odete Mendes, um dos elementos da Comissão Regional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente da ARSC.
Em segundo lugar, como mais frequentes, surgem os maus tratos psicológicos a crianças, com 172 casos em 2014. Contabilizam-se neste número as situações de exposição das crianças a situações de violência doméstica, que tem vindo a aumentar nos últimos dois anos, refere Odete Mendes, mas também os casos de violência no namoro, uma realidade que começa a ser reconhecida e que tem como protagonistas tanto rapazes como raparigas.
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