Opinião – A tropa fandanga em posição

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Luís Santarino

Luís Santarino

Quando a fartura é muita o pobre desconfia.
Não existem salvadores de coisa nenhuma. Muito menos na política. O único assim apelidado, deixou o País mais atrasado da Europa e um dos mais atrasados do mundo. “O algodão não engana”!
Entender António Costa, como o homem que salvará os portugueses da austeridade, e que, com uma varinha mágica volta tudo ao que era “d’antes”, é brincadeira!
O seu discurso oficial não é esse, embora se sinta um enorme entusiasmo nas pessoas. O que nem sempre é bom conselheiro!
Nunca gostei de magotes de gente a elevar loas a alguém. Principalmente, quando o estado do País é deplorável.
Quem são os milhares que votarão – será que vão votar mais de 60% – é o inigma que aos mais lúcidos assalta.
O PS tem uma declaração de princípios que, a qualquer momento, pode ser prevertida em nome de uma qualquer oportunidade….“a ocasião faz o ladrão”!
Antigamente, mas isso “sou eu a falar”, qualquer cidadão que desejasse ser militante de um partido político, estava sujeito à obrigatoriedade de obedecer a um conjunto de princípios. Além disso, a assinatura de dois “mais velhos” era garantia absoluta de que o cidadão em causa era merecedor de pertencer à sua “tribo”!
O nascimento de militantes como cogumelos nas duas últimas décadas, transformou os partidos, nomeadamente o PS, numa “hidroponia de floras”, a grande maioria por mero convencimento de alguém – e quantos “alguéns” – cujo único objectivo era controlar eleições por meio de votos “martelados”! Foi a época das vitórias, dos “jobs for the boys”, do vale tudo!
Que me conste ninguém elevou a sua voz contra tal estado de coisas. O importante era ganhar. Quando se perdesse, logo se via!
Em política não se devem cometer os mesmos erros. Que se cometam outros. Que já serão suficientes para demorar a corrigir.
O dia 29 de Setembro poderá ser determinante para o nosso futuro colectivo. Vai levar muitos anos, talvez décadas, a analisar esta abertura abrupta do PS aos cidadãos.
Um qualquer pastor de uma também qualquer congregação, por mais séria que seja, poderá elevar-se a “qualquer coisa” que ninguém perceberá.
Restará futuramente ao PS não impôr regras a nenhum militante para se candidatar ao que quer que seja, porque o mote foi dado com este escancarar de portas!
Nenhuma organização sobrevive se não existirem regras objectivas, fundadas em muitas subjectividades. De entre estas, os intervenientes deverão perceber de forma límpida, o quanto é importante é a sua acção, e o quão justo a sua pertença e o seu voto. Pensar!
Quantos milhares de cidadãos se tornarão, no futuro, militantes do PS? Quantos milhares, depois de cumprirem a sua missão, virarão as costas e nunca mais se lembrarão do acto cívico? Quantos mais milhares, após alguma hesitação ou erro político, abandonarão o seu voto para o ir confiar a um outro? A esse outro, que lhe sirva num determinado momento?
Vai ser duro o futuro, até porque não acredito que o PSD e toda a oposição tornem a vida fácil ao novo líder.

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