O Grupo Caixa Geral Depósitos registou um prejuízo de 488,4 milhões de euros no ano passado, revelou esta sexta-feira (10) a entidade financeira, que em 2010 obteve um lucro superior a 250 milhões de euros.
Os resultados do grupo financeiro estatal em 2011 “foram fortemente penalizados pela difícil envolvente económica e financeira, que conduziu ao registo, como custo do exercício, de provisões e imparidades no montante global de 1674,6 milhões de euros”, justificou o banco público.
As imparidades relativas a títulos ascenderam a 613,1 milhões de euros, devido, sobretudo, à desvalorização das participações detidas pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) na PT, BCP, Brisa e Zon, no montante de 349 milhões de euros (sendo a empresa de telecomunicações a responsável pela fatia de leão deste montante).
“Só este reconhecimento de imparidades de títulos foi superior ao resultado negativo do exercício”, salientou o presidente executivo da CGD, José de Matos, na conferência de imprensa de apresentação das contas.
Também a dívida grega, detida maioritariamente pelas seguradoras do grupo, pesou 133 milhões de euros nos resultados, enquanto que o montante de imparidade do crédito alcançou 827,4 milhões de euros. Segundo José de Matos, “só estes fatores esmagam o resultado positivo corrente que tivemos”.
Desde o início da crise financeira, em 2008, face à quebra continuada da bolsa, a CGD já reconheceu na sua conta de resultados imparidades nas participações financeiras e outros títulos num montante global acumulado de 1844,7 milhões de euros.
O resultado bruto de exploração no ano passado foi de 1128,8 milhões de euros, semelhante ao observado em 2010 (descida de 0,3 por cento), “tendo a quebra de 2,2 por cento verificada no produto da atividade bancária e seguradora sido compensada pela diminuição de 3,3 por cento dos custos operativos”, que desceram para 1903,2 milhões de euros, realçou o grupo. Já a margem financeira estrita atingiu 1685,3 milhões de euros, aumentando 270 milhões de euros, isto é, mais 19,1 por cento do que no ano anterior.
E os proveitos com as comissões líquidas também evoluíram positivamente, situando-se nos 504,6 milhões de euros. Os depósitos cresceram 6,3 por cento. “A CGD teve um dos melhores desempenhos do setor neste aspeto”, sublinhou o presidente executivo.