Ano Novo – Novo Ano

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Passou o Natal e já nos encontramos a celebrar o ritual de nos “desembaraçarmos” do Ano Velho para saudar o Ano Novo.

Ano após ano, continuamos a fazer votos de que o ano novo venha limpo das impurezas que se acumularam durante o ano antigo e desejamos que tudo passe a ser melhor, num ritual quase de expiação de males individuais e colectivos.

A persistência desta tradição ancestral da passagem, liga-se aos rituais do Solstício de Inverno, cristianizados pela cultura europeia nas mais diversas manifestações, anunciando o Novo Ano.

A Europa gizada em valores antropocêntricos, sem desprezar as potencialidades da ciência e arte, e da sabedoria política fruto de uma larga experiência acumulada, atravessa períodos de dúvidas, de incertezas e de interrogações.

O passado do Velho Continente, deixou de ser a única referência para o presente, numa economia globalizante onde a Europa Ocidental parece estar paralisada, com os países altamente endividados na zona Euro, com medidas de austeridade apertadas, e agregados familiares em dificuldades para gerir dívidas elevadas e perspectivas pobres. Por incrível que pareça, o “sol” brilha mais no mundo das chamadas economias emergentes, e assim deve continuar em 2011.

Há três anos em Lisboa, aprovou-se uma ambiciosa Agenda para a Europa, que apontava o aparecimento em 2010 de um “espaço económico mais dinâmico e competitivo baseado no conhecimento e capaz de garantir um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos e com maior coesão social”.

Hoje passados três anos, as dúvidas e as crises instalaram-se na Europa, o que impede a real possibilidade de concretizar os objectivos da “Agenda de Lisboa”.

Os tempos correm depressa demais, e ainda não se definiram os parâmetros de sustentabilidade do próprio crescimento europeu, nem os indicadores básicos da sua coesão social, mas o bem comum deverá ser encarado como um autêntico património da Humanidade, e caberá a todos defendê-lo e reconstruí-lo à escala mundial.

Em Portugal, em 2011, a política dependerá de uma austera e rigorosa execução orçamental e será influenciada pela política Europeia e ganhando de novo credibilidade perante os parceiros internacionais.

Nós, autarcas que temos o privilégio de exercer uma política de proximidade, em tempos difíceis não podemos esmorecer ou cruzar os braços, mas antes ser proactivos, vigilantes e agentes mobilizadores com determinação e responsabilidade, factores indispensáveis na criação de condições que permitam acordos políticos e sociais fortes, definindo prioridades nas estratégias de modernização, e competitividade com reformas estruturais feitas com equidade e justiça.

Os portugueses sempre estiveram à altura dos grandes desafios históricos e souberam ser ao mesmo tempo solidários, humanistas, criativos e ousados. Os órgãos políticos e a sociedade civil, nomeadamente as IPSS têm-se mobilizado em acções concretas em prol dos menos protegidos, e dos mais vulneráveis em tempos de crise.

Ainda há poucas semanas, na Guarda, a Segurança Social assinou acordos de cooperação com quarenta e duas instituições de solidariedade social que complementam o Estado desenvolvendo acções sociais importantíssimas.

Que as doze passas simbolizando a abundância tragam a todos os desejos formulados. Para nós, a concretização dos objectivos políticos traduzidos no bem-estar das pessoas do nosso concelho e um país mais coeso são desejos para 2011. Boas Festas.

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