Natal com solidariedade

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Joaquim Valente

Nos tempos que correm, viver-se em certas regiões do Interior tem o seu grau de estoicismo!

É que este país apesar das suas reduzidas dimensões geográficas, sempre se desenvolveu de uma forma assimétrica, com políticas de investimento realizadas nas regiões do litoral, sem se ter em conta o evoluir demográfico do Interior de Portugal.

Pontualmente, alguns governos tomaram medidas políticas de discriminação positiva justas para o Interior, mas porque de tão singulares que foram não alcançaram os objectivos pretendidos para atrair gentes.

É um facto que o Interior foi dotado de boas vias de comunicação, as chamadas SCUT, que o tiraram do isolamento económico e cultural a que esteve votado, e que significou uma oportunidade de desenvolvimento e fixação de algumas empresas.

Todos sabemos com que intenção foram construídas as A23 e A25, e se por imperativos da difícil conjuntura financeira somos obrigados às portagens, porque é que a taxa a cobrar foi tão elevada, considerada já a mais alta da Europa?

Não teria sido possível nessa mesma taxa a cobrar dar-se um sinal de uma política de discriminação positiva para o Interior sempre tão sacrificado?

Estará o Interior eternamente condenado a ser esquecido porque demograficamente tende para a desertificação e eleitoralmente não tem expressividade?

Não foram e não continuam a ser os emigrantes desta região disseminados pelos quatro cantos do mundo exemplos de sucesso a contribuírem para a economia Nacional?

Numa política de proximidade com as gentes desta região, sentimos as sementes da revolta a germinar, porque são tão injustiçadas e abandonadas, mas teremos sempre aquela acção positiva de ética e de civismo, mesmo prevendo um futuro muito difícil!

E neste Natal que se aproxima triste para muitas famílias do Interior, não lhe diremos que o ano de 2012 será muito pior, mas com muito afinco, determinação e sentido de responsabilidade diremos que sempre depois da tempestade virá a bonança.

Para uma quadra natalícia mais festiva, quisemos contribuir para a animação de centro histórico da cidade, em parceria com outras entidades, embora à semelhança de outras cidades do país não haja iluminação alusiva ao Natal dadas as restrições orçamentais, pois pese embora todas as contrariedades, as gentes das Beiras, são muito nobres, generosas e sobretudo muito solidárias.

E é com acções de muita solidariedade e em conjunto com outras instituições públicas ou privadas que iremos contribuir para que o Natal de 2011 seja menos frio e solitário principalmente para os mais desprotegidos da sociedade.

Um feliz Natal.

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