Coimbra: turismo religioso e cultural

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As férias estão a terminar. O fluxo de visitantes que se movimenta por todo o país para recuperar energias, visitar monumentalidade, bronzear o corpo na praia, participar em eventos culturais e recreativos para todos os gostos, conviver, aprofundar conhecimentos e procurar momentos de interiorização espiritual, diminui em grande número. É o regresso ao trabalho para aqueles que, felizmente, têm ocupação garantida.

Mas, há um fluxo de mobilidade que se pratica todo o ano: é o turismo religioso que associa o cultural. E, neste campo diversificado de interesses, vemos que a devoção proporciona visitar lugares e monumentos de espiritualidade, congregando uma frequente movimentação de pessoas que fomentam o desenvolvimento económico, geram postos de trabalho, dinamizam o progresso das comunidades e contribuem para a existência e crescimento de um vasto mercado de riqueza e de valorização humana.

No nosso país verifica-se uma nítida procura destes valores materiais e espirituais, com cerca de oito milhões a visitar anualmente os principais sítios ligados ao religioso, cabendo o primeiro lugar ao Santuário de Fátima que recebe mais de cinco milhões entre peregrinos e turistas. Seguem-se, neste caminho de religiosidade, os santuários de Nossa Senhora do Sameiro e do Bom Jesus, em Braga, e São Bento da Porta Aberta, no Gerês, que acolhem, embora de mais projecção nacional, mais de dois milhões de pessoas.

Ora, neste percurso cristão e católico e de enriquecimento cultural, Coimbra é visitada, também, por milhares de turistas e peregrinos, embora, devamos ampliar, substancialmente, esse número. Estando no caminho de Fátima e na passagem para o Centro e Norte, os visitantes que não nos visitam, podem usufruir do nosso património, se os agentes internacionais tiverem uma atitude de preferência face a um trabalho prévio da cidade que os cative para a grandeza deste filão turístico/religioso/cultural.

A principal monumentalidade pertence a diferentes séculos e estilos arquitectónicos, alberga relevantes figuras de prestígio mundial e permite o estudo das mais diversas áreas da História, da Arte, da Ciência e da Doutrina Cristã. Lembramos Santo António, o Santo de Coimbra, e o seu santuário do alto nos Olivais, visitado, já, por milhares de peregrinos de todas as nacionalidades, logo um pilar religioso/cultural de insofismável importância. Recordamos a Rainha Santa Isabel, em Santa Clara, uma santa de devoção universal, que atrai multidões, tornando o seu mosteiro um centro de peregrinação como referiu, recentemente, o Padre António de Sousa. Olhemos o Mosteiro de Santa Cruz com a devoção a São Teotónio e aos Santos Mártires de Marrocos, a presença dos túmulos dos nossos primeiros reis no Panteão Nacional e a mística da intelectualidade e património que respondem aos especialistas de diversas matérias. Não esqueçamos o Mosteiro de Celas, onde viveram as Santas Rainhas, Sancha, Mafalda e Teresa, espaço mais visitado desde que para ali organizámos um programa de visitas guiadas.

Tenhamos em conta as catedrais de Coimbra, Sé Velha e Sé Nova, de extraordinária riqueza monumental e espiritual. E, recordemos, ainda, o “Memorial da Irmã Lúcia”, regularmente visitado por turistas de todo o mundo.

Se adicionarmos o movimento turístico/cultural da

Universidade e o do Portugal dos Pequenitos, a festa da Queima das Fitas, a magia da Canção de Coimbra, a auréola de capital da Cultura e de cidade do Conhecimento, outros valores tradicionais e, brevemente, o estatuto de Património da Humanidade, entende-se a necessidade de organizar um amplo projecto de consolidação e expansão do turismo religioso/cultural de forma a atrair aqueles que passam na auto-estrada, olham a placa toponímica e não desviam a rota para a cidade.

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