Voltamos ao assunto, porque o potencial religioso que o turismo possui em Coimbra, merece um olhar constante e não apenas esporádico. Deve ser todo o ano. E, tanto temos alertado! E, quantas iniciativas levámos a efeito, quer na Câmara, quer na Direcção do GAAC !!! Mas …
Todos sabemos que Portugal, e Coimbra em especial, é um país bafejado por um relevante património construído em que mais de setenta por cento é de origem religiosa, recuperando a estimativa de Varico Pereira da Cooperativa Turel que se especializou nesta vertente turístico/cultural. Este considerável património abraça não somente o de inspiração católica, mas também judaica e muçulmana (este em menor número).
Actualmente, esta riqueza sem preço e a perder a idade de tão antiga, envolve cerca de sete milhões de pessoas, anualmente, distribuídas por Fátima (altar do Mundo) com cinco milhões, e os santuários do Sameiro e Bom Jesus de Braga, São Bento da Porta Aberta, Terras de Bouro e Sé de Lisboa com aproximadamente milhão e meio, cabendo o restante a outros centros religiosos do País. O movimento gerado com este fenómeno produz, auscultando a estimativa da Secretaria de Estado do Turismo, receitas na ordem dos setecentos milhões de euros.
Do total de turistas que nos visitam com objectivos religiosos, um pequeno número pára em Coimbra. E, escrevemos pára, porque permanece apenas algumas horas, pois seguem caminho sem pernoitar. Perante o manancial afectivo e grandioso que se derrama através dos templos religiosos e relacionado com santidades de culto universal que a cidade alberga, deveria ser um atractivo para maior tempo entre nós. Porém, e infelizmente, não sucede. Possivelmente, por indicação e agendamento dos itinerários pelos agentes económicos e turístico/religiosos, os visitantes limitam-se ao mínimo e sempre a correr. Quantas vezes nos apercebemos que descem, apressadamente da Universidade, passam ao lado da Sé Nova, entram ou simplesmente olham para a Sé Velha e concluem em Santa Cruz ou no Arco de Almedina. Outros limitam-se, apenas, ao Carmelo e os italianos e devotos de Santo António escolhem sobretudo o Santuário do Alto, Igreja de Santo António dos Olivais. Este, um “diamante” por lapidar, pois a universalidade de Santo António merecia, ali, um museu, uma indicação da cela e um guia (e tanto temos defendido, propagado e posto em prática alguns destes aspectos, desde visitas a edição de livros já esgotados e em 3ª.edição, sem olvidarmos o dinamismo e as iniciativas de Francisco Andrade e dos nossos amigos franciscanos). E, Santo António tem tanto para dar!
Mas, não devemos esquecer a Rainha Santa. É, ainda um lugar de peregrinação apesar da dificuldade que os autocarros têm de chegar ao local por estreitamento da rua, embora o Padre António de Sousa não esmoreça, acompanhado do José Simão, na resolução desta contrariedade.
Colocado nestes moldes e com este entusiasmo o património turístico/religioso de Coimbra entendemos que os discursos devem ser substituídos por acções. É que a par destes lugares sagrados que apontámos, Santa Cruz alberga os primeiros reis de Portugal, é Panteão Nacional, e ali recebeu Santo António a sua formação cultural e teológica. E, Santa Clara-a-Velha, uma valência extraordinária, tem a sacralidade da vivência da Rainha Santa, para lembrarmos, também, que o Mosteiro de Celas daria um programa fabuloso, que tentámos pôr em prática quando estivemos na Câmara, mas que, infelizmente, por falta de pessoal não efectivámos (apenas deixámos as visitas quinzenais): o percurso das Santas Rainhas ligando Sancha (Coimbra), Teresa (Lorvão) e Mafalda (Arouca). Voltaremos ao assunto.
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