“DB-Ana Ferreira”

O barulho das chuteiras ou dos blocos de partida na pista de atletismo do Estádio Cidade de Coimbra foi substituído, no sábado, pelo som proveniente dos sorrisos e dos passos de oito crianças que, pela primeira vez, experimentaram a disciplina da tricicleta. Numa iniciativa da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC), oito utentes, acompanhados regularmente na instituição, participaram no evento “Corro com asas nos pés” e “voaram”, pela primeira vez, num veículo que permite que pessoas com paralisia cerebral e deficiências motoras possam efetuar movimentos.

“Quis que o meu filho estivesse presente para experimentar. A tricicleta pode dar um estímulo importante para a locomoção”, contou Ângelo Amador que veio de Estarreja com o filho. Filipe Ramos e Susana Januário, de Coimbra, trouxeram o pequeno Pedro, que não escondia a ansiedade para a nova “aventura”. “Ele tem uma mobilidade reduzida e esta é uma forma de tentar que ele pratique desporto”, contou Susana, que assumiu que o filho “gosta de bicicletas” e estava “com muita vontade de experimentar”. O pai, Filipe não tem dúvidas dos possíveis benefícios. “Pode ser uma mais-valia para a locomoção dele, para além de reforçar a mobilidade também pode trazer benefícios a nível cognitivo”, frisou.

Miguel Monteiro, que também veio acompanhar o filho, contou “que não conhecia a tricicleta”, mas saudou a iniciativa da APCC. De Penela viajou Catarina Canelas com o filho Duarte. “É uma iniciativa muito boa para eles fazerem desporto e para os motivar a terem uma vida ativa”, disse, antes de ser interrompida por Duarte com uma questão: “Quando é que chega a minha tricicleta?”. Ainda à espera do equipamento, Duarte é direto na avaliação à experiência: “Gostei muito e quero voltar a fazer no futuro. Dava aqui mais umas voltas”. A felicidade no rosto do jovem é também partilhada nas palavras da mãe. “Tudo o que seja para o motivar e que ele goste de fazer, eu vou com ele. Temos que o motivar”, enalteceu.

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