Ao longo das últimas décadas, as mudanças climáticas foram colocadas no topo das discussões de organizações políticas e ambientais, que vêm se esforçando na promoção e conscientização das comunidades mundiais, para realizar as adaptações necessárias para salvar o futuro das gerações atuais e futuras.

O desenvolvimento de processos produtivos dependentes de fontes energéticas derivados de combustíveis fósseis, a migração massiva da população para as grandes cidades que aumenta a demanda de transporte urbano, são alguns exemplos de efeitos nocivos para o aquecimento global e que se apresentam como principais desafiantes na busca da sustentabilidade ambiental.

Na 26.ª Conferência das Nações Unidas (COP26 ), foram definidos compromissos com foco na neutralidade de carbono. Para muitos, COP26 é considerada a última chance para os países implementarem ações de descarbonização objetivando reduzir a temperatura média global abaixo de 1,5°C.

Recentemente, a Sra. Ursula von der Leyen, utilizou os elevados preços dos combustíveis fósseis como dínamo para os países acelerarem a transformação energética, contudo o tema é bem mais profundo do que somente realizar transição de matrizes de energia tradicionais para energia renováveis.

Transição, do latim transitĭo, é a ação e o efeito de passar de um estado para outro diferente, o que implica obviamente em uma mudança numa forma de ser ou estar. Não estamos “simplesmente” perante alteração do modo de geração de energia, mas sim em um conjunto de ações que se estendem ao consumo e no reaproveitamento de energia.

Na maioria dos países sul-americanos, essa transição obriga a alterações drásticas das deficitárias infraestruturas existentes. Acresce, que boa parte da população sequer tem acesso a energia elétrica, o que dificulta ainda mais a situação. Legislação ambiental, infraestrutura, investimento e suporte de governo, serão igualmente variáveis que integram esta complicada equação