A Figueira sofre com o desencontro entre a localização da indústria que mais usa o porto comercial, a sul, e a existência do porto a norte do Mondego. Gera-se um desperdício não contabilizado de milhões de euros em gasóleo, tempo e recursos (trabalho) no transporte pela ponte Edgar Cardoso de mercadorias e pessoas.
Passar o cais comercial para sul teria efeitos positivos certamente, e é uma ideia a estudar. Num momento em que se fala tanto de descarbonização (redução da queima de combustíveis fósseis, seja petróleo, gás ou carvão) e de alterações climáticas. Que efeitos terão na viabilidade do porto, a 20 ou 40 anos, com a acentuada perda de areia a sul e retenção a norte do molhe?
Há ainda questões associadas à logística do cais comercial que são complexas carecem de investimentos avultados, desde a ligação à linha de caminho-de-ferro que está feita a norte e que precisaria de passar para sul até muitas outras questões se levantam e para as quais não há respostas simples.
Podemos todos imaginar projetos mirabolantes para aquele quilómetro linear de frente de rio, onde hoje está o porto comercial, um espaço inigualável em termos de beleza natural. Hoje, é um cais comercial, um espaço “operacional”, um local de carga e descarga de mercadorias. Amanhã poderá ser um novo espaço da cidade, dedicado ao rio, entre mais atividade náuticas e lúdicas, gerando riqueza para o concelho.