Não

Social Democrata por convicção, entendo que algumas das ideias-base desta doutrina (que se foi afirmando no segundo pós-guerra, sobretudo na Europa), quer na vertente económica quer na política, têm de ser repensadas, porque, entretanto, realizámos a integração europeia, construímos a globalização, aterrorizamo-nos com a ameaça terrorista e temos tentado gerir os fluxos migratórios, colocando estes temas transnacionais em risco a exequibilidade e até mesmo o sentido daquelas.
Assim, se os pressupostos do Estado-Nação (uma moeda própria, um natural rápido crescimento económico, a certeza da paz, logo uma inevitável diminuição dos custos com a defesa e com a segurança, por exemplo) estão em causa, como terrivelmente nos recorda a guerra na Ucrânia, também certos fundamentos e práticas do poder Local o estão.
Um deles é a demagogia, que na raiz significa a preponderância do povo na forma do governo, mas que se tornou na manipulação das paixões e dos sentimentos do eleitorado para a conquista ou manutenção do poder.
Claro que dá votos anunciar o reforço dos apoios sociais, claro que toda a gente quer ouvir anúncios de uns peixes oferecidos, em boa parte dos casos custando mais a publicidade do que o valor do bem – assim se apaziguam as almas e se adormece a consciência social de cada um de nós. Mas não será melhor utilizar bem os recursos existentes e ensinar muitos a pescar?