Opinião: O Lixo Digital: os arquivos ROT
Segundo uma pesquisa do Microsoft Office Access ( 2022 ), mesmo entre arquivos digitais, 70% a 80% das informações acabam por ser arquivos ROT (redundantes, obsoletos ou triviais), o que significa que somente 20% a 30% das informações de uma organização estão em registo ativo.
Este fenómeno, pouco percetível, surge porque das imensas utilidades atribuídas aos dados, a maioria das informações existentes representa única e exclusivamente garantia ou proteção. Efetivamente, muitas entidades são obrigadas a aguardar informações de acontecimentos passados, mas que, com o decurso de tempo, quedam completamente obsoletas, não tendo por isso qualquer utilidade.
O lixo digital, ligado ao meio computacional, está associado aos spam e-mails, fotos ou arquivos. Efetivamente, em cada ano, a internet e os seus sistemas de suporte produzem 900 milhões de toneladas de CO2. No entanto, o lixo digital não é apenas físico, ou seja, não abrange somente os dispositivos eletrónicos que se descartam. Integra também a quantidade de informações que as empresas guardam na nuvem sem qualquer utilização ou finalidade. Por exemplo, perfis das redes sociais criados pelos indivíduos e que não são utilizados acabam por poluir o ambiente. A sociedade trabalha atualmente em frente de computadores, telemóveis, ipads, etc.
A generalização progressiva do home-office eleva o consumo de mais energia nas habitações. Em termos gerais, quando se acede a um conteúdo disponível da internet, existe, pelo menos, um servidor responsável por armazenar o texto. Entretanto, para a informação acontecer no mundo, inúmeros servidores são utilizados.
Há, de facto, imensos computadores ligados vinte e quatro horas por dia para garantir que os diferentes e múltiplos conteúdos estejam acessíveis aos milhões de utilizadores. À medida que os servidores ficam sobrecarregados mais energia consomem, e, quando todos estão sobre-utilizados, é necessário recorrer a servidores adicionais, o que alavanca novamente o consumo de energia. A elevadíssima a utilização dos serviços online suscetíveis provocando inevitavelmente poluição digital. Isto significa que os utilizadores, ao consumirem recursos digitais, colaboram com o aumento da produção de gases de efeito estufa. Estima-se, por exemplo, até 2030, a presença online dos indivíduos representará 8% a 21% das necessidades energéticas mundiais, tendo em conta os clusters subsequentes, expressos no quadro seguinte: