Opinião: “Médio Oriente”

Há cerca de 30 países que não reconhecem o Estado de Israel, entre os quais o Irão, o Paquistão, a Indonésia, a Arábia Saudita, a Tunísia e o Qatar. Todos Estados-membros da ONU. E há quem explicitamente defenda a destruição de Israel, como por exemplo o Irão, que ainda por cima financia e fornece armas a grupos como o Hezbollah, do Líbano, e o Hamas, que de Gaza quer “libertar” a Palestina pela força das armas. Também há os Houthi, do Iémen, que até usam um lema que inclui “morte a Israel”, e várias milícias armadas no Iraque e na Síria.
Há dias, a Palestina foi reconhecida por 10 Estados ocidentais, entre os quais Portugal. Este reconhecimento dificilmente será, neste momento, uma porta aberta para a paz. Desde logo porque só se fala do reconhecimento da Palestina e não das condições enunciadas como premissas desse reconhecimento. Uma das condições é que os tais cerca de 30 Estados passem a reconhecer Israel e dêem garantias de segurança, o que nenhum ainda fez. Também pouco ou nada se ouve da condenação dos actos terroristas do Hamas e o seu efectivo desarmamento. Também foi exigida a libertação dos reféns, mortos ou vivos, que estão há quase 750 dias prisioneiros do Hamas. Tudo condições que têm de ser preenchidas para que haja o reconhecimento de uma Palestina desmilitarizada. Seria óptimo que rapidamente o fossem. Mas duvido.
Duvido porque do que mais se fala é do “genocídio”, algo que só pode ser atribuído a quem intencionalmente pratique actos que visam destruir um grupo nacional, uma etnia, uma raça ou religião. Ora, quem pratica genocídio é quem expressamente pretende a destruição de Israel, que foi invadida em 7 de Outubro de 2023, um acto terrorista que ceifou a vida a quase 1200 pessoas. Contudo, é Israel que tem vindo a ser acusada de “genocídio”, agora também pela Assembleia Municipal de Coimbra, imagine-se!
Israel está em guerra. Em todas as guerras há vítimas. Genocídio não é fazer a guerra, senão todos os países que estão em guerra seriam genocidas. Por exemplo, durante o Holocausto, os judeus não foram vítimas da guerra. Foram perseguidos para serem mortos. Também o Hamas não declarou guerra no dia 7 de Outubro de 2023. Simplesmente quis matar o maior número de israelitas possível. E não vão ser declarações, reconhecimentos ou ataques moralistas que vão retirar a legitimidade da defesa de Israel, nem infelizmente dos que sofrem com a guerra. O caminho da paz tem de ser partilhado. Relembrar a Resolução 181 da Assembleia Geral da ONU, que pretendia a criação de 2 Estados, um judeu e um árabe, na altura ( 1947 ) rejeitada pelos estados árabes pode ser um caminho a retomar. Tal como os mais recentes Acordos de Abraão ( 2020 ), que conseguiram normalizar bilateralmente as relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos e Barém.