“A América Latina é essencialmente a continuidade da Europa”
António Costa in Público, no passado domingo, 04/07/2021
Foi com satisfação que li a entrevista do Sr. Primeiro-Ministro, António Costa, ao Público, onde o próprio analisa os pontos fortes e fracos da presidência portuguesa
No Capítulo a que chama “abertura da Europa ao Mundo”, declara a insatisfação de não ter conseguido assinar, pelo menos 1 dos 3 tratados que tinha chance de assinar; a Europa com a América Latina, a saber : EU/Mercosul, EU/México e EU/Chile
Estes 3 tratados seriam e serão, espero eu, acordos essenciais para a Europa reforçar os laços “com a sua continuidade “que é a América Latina e abrir, de modo definitivox, a sua política Euro-atlântica permitindo e conquistando novos parceiros e aliados
Também nessa entrevista, o PM, António Costa, reconhece que a Europa se tem “continentalizado excessivamente”, acrescentando que “alguns sectores da comissão revelam uma visão pouco cosmopolita do mundo”
Há muito tempo que um líder político não resumia tao bem a falta de visão europeia em relação ao Mundo, mais em particular, em relação a América Latina
Já tenho mais de 15 anos vivendo neste lado do Atlântico, onde tive a felicidade de viver em 3 países diferentes nos seus idiomas, na sua cultura e na sua dimensão. Senti que nos 3 países e, em toda América Latina, a Europa é, nos seus distintos modos e detalhes históricos, a sua “continuidade” o seu parceiro natural. Falta que os líderes europeus assim também o pensem e desejem, porque as populações estão desejosas dessa “continuidade.”
Portugal e os seus líderes (políticos, culturais, empresariais) poderão e deverão ser um fator de proximidade e de “gateway”, porta de acesso, entre os dois lados do Atlântico. Podemos e devemos ser os grandes facilitadores dessa proximidade, dessa aliança entre a Europa e a América Latina.
Espero não ter que aguardar mais 15 anos para ser parte e testemunha desse nova política Euro-atlântica por parte da União Europeia.