Opinião: Cinco assuntos recentes

Riviera de Gaza – “no Orçamento de 1941 do Ministério das Obras Públicas e Comunicações, no capítulo 18º (Cidade Universitária de Coimbra) foi inscrita a verba de 1:000.000$ para pagamento das despesas do pessoal e material, incluindo a compra ou expropriação de prédios e estudos, no âmbito dos trabalhos preparatórios de execução do plano universitário de Coimbra” Sucederam-se em 1951 a inauguração da Faculdade de Letras, em 1956 a Biblioteca Geral, em 1961 o Estádio Universitário e por fim em 1969 inauguração das Matemáticas e crise académica. Para perceber a importância relativa dos assuntos, na revolta académica não há referências ao deslocar das populações de futricas, ao mover milhares de pessoas para a periferia da zona Universitária. A luta pela liberdade e a democracia, não envolvia a visão desta gente que o Estado premiava com expropriações, com indemnizações muito discutíveis.
2- Veto em boa hora. O espaço cénico das freguesias e o abençoado veto da Presidência. Os demagogos da futilidade e da inoperância decidiram reverter um processo de enorme justiça. Diminuir as freguesias e os municípios é toda uma exigência do futuro de Portugal. Temos uma administração pública inoperacional e enorme. Temos uma administração pública que emprega milhares de funcionários que cada dia são menos valorizados pela sua adaptação à surpresa. Os funcionários estão cada vez mais condicionados por regras e sistemas de constrição que os impedem de decidir, de fazer escolhas, construindo desinteresse e ineficiência. Marcelo Rebelo de Sousa fez bem em vetar este regresso ao passado. Portugal tem Municípios mais pequenos que as Unidades Locais de Saúde. Portugal tem generais de zero soldados, tem directores de funcionário nenhum, tem freguesias de menos de cinco mil votantes e o seu desinteresse é tão visível que votam menos de 45%. Devíamos agregar mais freguesias e câmaras municipais. Sim, devemos reduzir a administração pública.
3 – Prazos de validade podem ser roubo. O negócio que vem das certificações é uma estrutura vigarista que coloca nos rótulos do Sal, do mel e do azeite, prazos de validade. A validade do Sal é uma estupidez de tal dimensão que só se compara a colocar prazo de validade em resmas de papel, ou papel higiénico. Esta Europa, regulamentadora de tudo, e construtora de desperdício sem fim é uma radical ideóloga da sustentabilidade. Porque se coloca plástico ou papel a envolver o pão? Porque se escolhem embalagens plásticas para vender fruta ou vegetais? Porque temos plástico e papel empacotando uns bifes? A minha dúvida está na cegueira inculta, ignorante de todos os que olham para a validade do sal ou do mel ou do açúcar.
4 – O mundo corre para uma necessidade sociobiológica que a todos fará chorar e entristecer: a redução brutal da população mundial. Não é um desejo, é uma violência que brota de sermos oito biliões. As colmeias, os formigueiros e outros animais sociais também regulam a quantidade. A realidade humana na alteração climática existe no facto assustador de já sermos oito biliões. E há países como Angola e Africa do Sul onde o crescimento da população é descontrolado, de uma tal maneira, que aumenta mais que a inflação ao ano.
5 – Nero, os narcisos e os negócios vão prevalecer alguns anos e depois tudo se renovará, talvez sem luz! É importante perceber e ter presente que o disjuntor termina de modo abrupto e consistente com a Inteligência Artificial. O disjuntor fenece inúmeras mordomias que provocam consumo de recursos. Sem luz não há telemóveis (mas há telefones), sem luz não computadores (mas há máquinas de escrever) sem luz não há aplicações (mas há dinheiro, há livros e desporto), sem luz não há máquinas de lavar, nem micro-ondas (mas há tanques, há carvão).