A questão do areal urbano já leva anos. Todo o processo que levou até onde agora nos encontramos foi inquinado. Pessoalmente não conheço nenhum estudo sério e amplo que me leve a concordar com a vegetação ali existente que, de resto, está muito aquém daquela que há dez anos para ali se preconizava. Se a ideia era travar as tempestades de areia, então a ideia falha porquanto a vegetação é tão rasteira que não cumpre esse objectivo. Se era preencher um areal triste e longo demais falha, igualmente, porque se esbate no sentimento de milhares e milhares de pessoas que tinham naquele espaço uma ideia de verdadeira Costa de Prata com areias limpas e extensas, inspiradora de hinos e de tantos e tantos artistas plásticos, a que acresce que com a conclusão do bypass a extensão do areal tende a manter-se ou a diminuir e não a crescer. De uma coisa eu tenho a certeza, como está não deve ficar e não se trata de arrancar as tais ervas de que tantos falam (distorcendo, de resto, aquilo que foi dito pelo actual Presidente da Camara), ou de “urbanizar” aquele que deve ser o espaço de excelência da Figueira da Foz, trata-se, como acima menciono, de estudar em profundidade este dossier ouvindo especialistas na matéria e as forças vivas da cidade procurando argumentos válidos que nos norteiem para a resolução de um problema que atravessou três mandatos autárquicos.