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Opinião: “À Mesa com Portugal – Cebolas e Autárquicas”

26 de setembro às 13 h24
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Nem sei se fale de cebolas ou se fale das autárquicas. De cebolas gosto muito, já de autárquicas gosto menos. Nem vou falar do disparate que vou vendo nas redes sociais, por vezes, até me interrogo se estaremos a falar de política, no bom sentido de discussão e auscultação, ou de alguma atividade circense. Dançam, cantam, saltam, fazem o pino, os candidatos parecem dispostos a abdicar do bom senso para ganhar a presidência ou algum lugar de vereador.

Depois, temos casos em que da zanga da família política saem listas e listas. É a lista do candidato predileto e a lista do que achou que deveria ser predileto e não foi. Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão. Incrível, como quando se aproxima a hora da verdade, tudo se faz para manter o privilégio. Ocorre que muitos destes, na verdade, nunca nada fizeram na vida para além de um bom lugar ditado pela família política. Diria a minha avó que sempre viveram à custa do orçamento, nunca tiveram de lutar pela qualidade profissional ou prever a competitividade de uma empresa. Contudo, estiveram à frente de empresas públicas. Realmente, tenho pena que a regionalização tenha vindo beneficiar o caciquismo e o lugar político seguro, mais do que investir no poder regional, nas pessoas.

Está mais que visto que é melhor falar de cebolas. Adoro as redondas, mas não desgosto das garrafais. Para o estrugido lento, não há melhor. Já a cebola roxa é linda, saborosa e docinha. As minhas saladas são mais apetitosas com o agridoce desta cebola, sobretudo quando se entranha a doçura do azeite e a acidez do vinagre. Perco-me sempre na altura da cebola nova, sobretudo por aquelas que são tiradas na monda. Para umas crescerem e ganharem a força da terra, retiram-se alguns rebentos. É esta a minha cebola favorita, a que se tira da terra ainda tenra, quase que se come só assim, sem mais nada, apenas temperada com sal, azeite e vinagre de vinho tinto. Quando vou ao Minho, o meu amigo Diogo Pereira sabe que uma taça delas é só para mim.
Benditas cebolas que alegram a minha vida.

Autoria de:

Redação Diário As Beiras

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