A transformação digital é um processo que visa a digitalização do negócio em todas as suas áreas, e pode ser implementado em todas as empresas, o que não sucede com a inteligência artificial, cuja realização impõe datasets (base de dados) de maior volume. A transformação digital é o presente e não o futuro. Interessa, assim, saber como é que as empresas se posicionam em termos de transformação digital. Apresentam-se, seguidamente, as investigações efetuadas por entidades internacionais reconhecidas (IDG, Boston Committing, Capgemini). Veja-se o gráfico seguinte:

Gráfico 1 – Empresas que implementaram ou pretendem implementar a transformação digital por segmento de mercado

O gráfico anterior mostra o interesse de diferentes segmentos do mercado pela transformação digital. A quantidade de empresas que já implantaram ou tem planos de implantar esse tipo de estratégia é de 95% no setor de serviços, 93% no segmento financeiro, 92% no ramo da saúde, 89% no setor educacional, 88% em setores que trabalham com tecnologias de ponta, 87% no segmento de manufatura, 86% no retalho e 82% no setor governamental. É, assim, possível afirmar que o avanço da tecnologia digital não é sentido de maneira localizada, mas de forma sistêmica.
Seguidamente, e com base em três métricas – vantagem competitiva, tempo de resposta e eficiência de custos –, apresentam-se as avaliações efetuadas por empresas digitalmente maduras e retardatárias.

Gráfico 2 – Métricas de empresas quanto às suas maturidades digitais

A Boston Consulting Group (BCG) constatou, em 2018, que empresas que atingiram a maturidade digital obtiveram bons resultados. Esta conclusão baseia-se em respostas de cerca de 2.500 executivos, a um questionário sobre o desenvolvimento digital das suas empresas.
As empresas digitalmente maduras são mais competitivas, apresentam um time to market menor e são mais eficientes em termos de euros.
Gráfico 3 – Resultados de empresas quanto às suas maturidades digitais

Uma publicação de 2017 da Capgemini analisou, em termos digitais, mais de 400 grandes empresas ao longo de dois anos. Mais tarde, estas empresas foram classificadas quanto às suas intensidades digitais e de transformação administrativa, e constatou-se que as empresas digitalmente maduras são mais lucrativas, têm maior valor de mercado e apresentam maiores receitas.
Um relatório elaborado pelo International Data Group (IDG), em 2018, coletou a resposta de quadros de 628 companhias sediadas em várias geografias, para investigar a situação do seu processo de transformação digital. Os resultados obtidos são apresentados no gráfico seguinte:

Gráfico 4 – Nível do Processo de Transformação Digital nas Empresas

Do total dos respondentes, 11% trabalham em empresas sem interesse na transformação digital, 45% em companhias em estágios iniciais de transformação digital, 37% em empresas em processo de transformação digital, e 7% em empresas que já eram digitais. Assim, 89% dos respondentes atuam em empresas que adotaram ou possuem planos de adotar a transformação digital, enquanto somente 11% estão empregados em empresas sem interesse no assunto. Ou seja, em cada 10 empresas, 9 têm interesse na transformação digital.
Algumas consultoras de renome destacam a importância da transformação digital. A McKinsey & Company refere que as empresas, ao utilizarem estratégias customer-centric, têm clientes que consomem mais e demonstram mais fidelidade aos seus produtos.
Adicionalmente, os artigos publicados no MIT Sloan Review, em 2016 e 2018, explicam o posicionamento das empresas quanto ao avanço digital, tendo subjacente entrevistas a 3.700 funcionários de várias funções. A pesquisa revelou que 87% dos inquiridos acredita que a tecnologia digital causaria disrupções nas suas empresas e cerca de metade (ou 44% do total de entrevistados) considera que as suas empresas estavam preparadas para essas disrupções, e a parte restante ( 43% do total de entrevistados) considera precisamente o contrário.
A partir dos resultados obtidos é possível concluir que o processo de transformação digital já está interiorizado nas empresas, e que só uma minoria (cerca de 10%) está convicta que o processo de transformação digital não tem interesse (Gráfico 4 ).