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O encerramento progressivo do Hospital dos Covões

19 de novembro às 11 h22
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Mais uma vez assistimos a um atentado à saúde dos portugueses mais especificamente aos residentes em Coimbra e toda região envolvente.
O encerramento do serviço de urgência do hospital dos Covões iniciou-se há mais de uma década.
Infelizmente as chamadas forças vivas de Coimbra e os legítimos representantes das diversas autarquias não tem mostrado a força necessária para se opor a estas medidas atentatórias do direito à saúde de uma grande faixa de população da nossa região.
O Hospital dos Covões prestou durante décadas serviços exemplares à população de Coimbra e toda a região circundante.
Muitas pessoas simples do povo sempre tiveram uma grande preferência pelo atendimento no Hospital dos Covões.
Ao longo destes anos foi se fechando discretamente a porta para agora dizer que não havia procura.
Todas as pessoas que tem necessidade de recorrer ao serviço de urgência do hospital da Universidade Coimbra sabem perfeitamente qual é o caos instalado neste serviço e as horas de espera ali perdidas, tantas vezes em prejuízo da saúde de quem recorre a este serviço.
Procurou-se ao longo destes anos esvaziar o serviço do Hospital dos Covões das diversas especialidades.
Nos últimos anos apenas um pequeno número de Internistas tem assegurado esta urgência.
Propositadamente criaram-se as condições para que as outras especialidades deixassem de funcionar neste hospital, especialidades essas necessárias para um serviço de urgência de um hospital central,como por exemplo a Ortopedia a Gastrenterologia, a Urologia etc, etc.
Criou-se, portanto, a ficção que havia necessidade de enviar os doentes para a urgência Central.
Esta é, portanto, uma grande mentira.
Efetivamente não deixou de haver procura da urgência do Hospital dos Covões, simplesmente esvaziou-se o serviço para agora haver a possibilidade de aceitar que não havia procura de utentes.
Quem está no terreno sabe perfeitamente que se dermos a escolher a muitos dos residentes qual hospital que preferem não teriam qualquer dúvida em aceitar e pedir o serviço de urgência deste hospital.
O Estado gastou dinheiro em instalações equipamentos e agora pura e simplesmente fica abandonado.
Alguém tem dúvida dos caos instalado na urgência central do Hospital da Universidade Coimbra?
Qual é a resposta das entidades e dos municípios em especial os da cidade de Coimbra?
Quais as consequências práticas das intervenções inclusive de partidos que se encontram na maioria que atualmente gere a Câmara?
Estamos, portanto, perante uma lógica de esvaziamento de valências a fim de facilitar o afastamento quer dos utentes quer dos profissionais em favor de interesses privados.
Trata-se, portanto, de uma medida que enfraquece o Serviço Nacional de Saúde ao contrário daquilo que seria necessário que seria o seu reforço sendo assim empurrados para uma perda de qualidade assistencial após um processo prolongado de desmantelamento do Hospital dos Covões.
Coimbra vai mais uma vez deixar ser menorizada por medidas atentatórias do interesse da população?

Autoria de:

Raul Garcia

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