diario as beiras
Coimbra

Jeni Fidalgo lança obra poética sobre Crise Académica de 1969

19 de setembro às 10h36
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“O Silêncio dos Morcegos” é segunda obra publicada por Jeni Fidalgo, depois de em 2022 ter lançado “Adágio”.

O livro é uma obra poética centrada nos acontecimentos das Crises Académicas de 1969. A obra encontra-se dividida em três atos, sendo que em cada um deles são abordadas diferentes fases, interligadas, até se culminar nos acontecimentos de 17 de abril de 1969, decorridos em Coimbra. A narrativa, em poesia, inicia-se com a entrada do regime ditatorial em Portugal, passando por acontecimentos emblemáticos como a queda de Salazar, a destruição da Alta de Coimbra, o I Encontro Nacional de Estudantes, o 17 de abril, as revoltas das flores e dos balões e a Final da Taça de Portugal entre Benfica-Académica.

São 24 poemas, em honra ao dia em que a ideia primordial da obra surgiu – 24 de julho de 2023.

Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, a autora da obra falou sobre o processo de criação. “Recolhi informações em documentação física, entrevistas e documentários disponíveis nas plataformas digitais, exposições e testemunhos. Não há garantias de que não tenha cometido nenhum tipo de incongruência mas, tendo eu 21 anos, propus-me unicamente a relatar os acontecimentos com base nos dados, fiando-me nos relatos de quem viveu na pele cada segundo desta revolta. No entanto, não estava no meu leque de objetivos escrever apenas “mais uma obra” sobre as revoltas – para isso existem livros, já publicados, sobre a temática. Portanto, decidi abraçar um desafio mais arrojado, para o qual não sabia se teria ferramentas suficientes: escrever tudo em poesia, e a rimar!”, contou.

“Portanto, foi à beira-rio, ao som de Fado de Coimbra e músicas da tradição coimbrã que mergulhei no passado, recuando aos anos sessenta para deixar, por escrito, o que eu gostaria de ter lido enquanto estudante de Coimbra”, afirmou. ““O Silêncio dos Morcegos”, numa contradição óbvia, que relembra-nos que a voz dos estudantes é como a dos morcegos – jamais silenciosa”, acrescentou.

A capa do livro foi desenhada por Eduardo Moreira, amigo da família materna e residente em Coimbra. A ideia que partiu unicamente de uma mensagem enviada através do Facebook e, que o artista a transformou numa obra de arte. Unicamente a carvão, “numa homenagem aos trajes negros dos estudantes”. Com morcegos, numa alusão à comparação tradicionalmente feita quando os estudantes trazem a capa caída nos ombros.

 

 

Autoria de:

Daniel Filipe Pereira

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