Há passageiros de mais idade que deixaram de fazer as suas viagens até ao centro da cidade por causa da mudança do local das paragens dos Transportes Municipalizados de Coimbra (SMTUC) que vêm da zona sul da cidade, que passaram da margem direita para a margem esquerda do Mondego, devido ao encerramento ao trânsito da ponte de Santa Clara.

“As pessoas mais velhas têm de andar muito a pé, pela ponte, até ao outro lado, às vezes de bengala, e deixaram de vir”, contou ontem, ao DIÁRIO AS BEIRAS, Fernando Lopes, de 71 anos, à espera de autocarro para regressar a Casal da Bemposta, São Martinho do Bispo.

Idosos com mobilidade reduzida ficam em casa

Referia-se a vizinhos com dificuldades de mobilidade que chegaram a fazer uma primeira viagem após as alterações, mas não voltaram. São pessoas reformadas, que se deslocam para fazer compras, “porque a comida é mais barata nos hipermercados da cidade, mas assim não dá para andar carregada com as compras”, acrescenta Elete Matos, de 76 anos, residente em Casais do Campo.
Fernando Lopes, utilizador das Linhas 13 ou 17, reclama que estas ligações “deveriam fazer o percurso até à outra margem, pela Ponte–Açude, como faz a Linha 22 (Bencanta/Fala)”, confessando já ter colocado a hipótese de utilizar viatura própria, mas desistiu, face às dificuldades de estacionamento.

A interrupção do trânsito rodoviário na ponte de Santa Clara teve início a 24 de julho e prolonga-se até final deste mês de agosto. O município informa que o corte fica a dever-se à necessidade de construir uma rotunda na zona do Largo da Portagem, de acordo com as obras da Metro Mondego, prevendo que a obra fique concluída durante o período de pausa letiva.

As alternativas para a ligação rodoviária das duas margens são a Ponte Rainha Santa, a montante; e a Ponte-Açude, a jusante, com os consequentes incómodos para a fluidez de circulação na cidade e tempo gasto em deslocações.