Arquivo-Luís Carregã

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) está a testar o “Baricitinib” num doente infetado com covid-19 e que, neste momento, está internado na Unidade de Cuidados Intensivos.

A administração deste medicamento integra-se num ensaio clínico de fase 3, internacional, multicêntrico, duplamente-cego, randomizado e controlado por placebo, em regiões da Europa com elevadas taxas de hospitalização por covid-19. O objetivo é permitir a obtenção de resultados sólidos do ponto de vista científico, sendo os resultados no caso de Coimbra acompanhados pelo investigador principal no CHUC, o médico do Serviço de Medicina Intensiva, Luís Linhares.

Para o médico intensivista, “a gravidade da covid-19 deve-se, em parte, a uma resposta inflamatória desregulada. “Com o “Baricitinib”, (medicamento em estudo, imunomodulador já usado no tratamento da artrite reumatóide), poderá ser reduzida potencialmente a inflamação associada à covid-19”, frisou, em nota de imprensa a unidade hospitalar.

É dito ainda que este medicamento apresenta, também, atividade antiviral direta, impedindo a entrada celular e a infeciosidade do SARS-CoV-2. “Este medicamento ajudará na medida em que poderá permitir uma nova linha de tratamento nas formas graves da covid-19, precisamente através de imunomodulação, com expectativa de redução da mortalidade”, frisou.

Luís Linhares refere ainda que “até agora, nenhum estudo dirigido e tão alargado avaliou a eficácia do “Baricitinib” no tratamento de doentes covid-19 graves, incluindo aqueles sob suporte ventilatório mecânico invasivo”. “Se for comprovada a sua eficácia prevê-se a redução da mortalidade das formas graves de covid-19, do número de dias de ventilação mecânica invasiva e o tempo de internamento em unidade de cuidados intensivos e em meio hospitalar”, concluiu.