Ana Ferreira

O presidente do Instituto Politécnico de Coimbra, Jorge Conde, acredita que “até ao final de 2022” surgirão “novidades sobre a atribuição de doutoramentos pelos institutos politécnicos”.

“Quero acreditar que no início da retoma dos trabalhos” da Assembleia da República, depois da aprovação do Orçamento do Estado, “vão começar a discutir outras coisas, e uma delas será a atribuição de doutoramentos pelos Politécnicos”, disse Jorge Conde, que falava na apresentação do livro sobre o 1.º centenário do Coimbra Business School – ISCAC.

“Há a promessa dos maiores partidos que isso vai acontecer, portanto quero acreditar que vamos ter novidades em 2022. E se tivermos, o Politécnico de Coimbra, e esta escola em concreto, vamos ser capazes de os fazer”, frisou Jorge Conde, que elogiou o presidente da Coimbra Business School – ISCAC, Pedro Costa, pelo “rasgo de deixar em livro os primeiros 100 anos da história da escola”, porque “a memória e o reconhecimento são importantes”.

Mais importante que os 100 anos é chegar a eles “como uma escola onde se cultiva a excelência da formação, onde todos os dias se procuram estratégias de crescimento sustentado e onde há a preocupação da preparação do futuro”, sublinhou o presidente do Politécnico de Coimbra.

Uma escola de sucesso com 100 anos

Na sua intervenção, Pedro Costa, presidente da CBS-ISCAC, destacou a obra sobre os 100 anos da escola e o seu autor. “José Maria Amado Mendes, investigador de história conimbricense, professor catedrático jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, é “o nome de maior prestígio científico da historiografia económica e industrial em Portugal”, afirmou.

“A Coimbra Business School é hoje uma escola de negócios e de ciências empresariais com grande procura e notoriedade, é uma escola de sucesso. Temos quase 3300 alunos em cursos conferentes de grau, a que acrescem cerca de 1.200 estudantes em formações executivas, e a empregabilidade dos nossos alunos é praticamente plena à saída dos cursos”, salientou Pedro Costa. Este livro permitirá “compreender melhor o caminho até aqui”, desde que a escola foi criada, em 1921, como Instituto Industrial e Comercial de Coimbra.

“Não vemos estes 100 anos como um ponto de chegada. A Coimbra Business School quer continuar a afirmar o seu desígnio de produzir ciência e de formar quadros para a economia do futuro”, concluiu Pedro Costa.

Rigor histórico cruza com testemunhos emocionados

Na cerimónia, coube a Margarida Mano, membro do Conselho Estratégico da escola e vice-reitora da Universidade Católica, apresentar o livro sobre a história dos 100 anos da CBS-ISCAC. A docente realçou “o rigor histórico” do livro, que “constrói a história num ambiente que cruza o registo histórico e a voz emocionada dos testemunhos, captando a alma da escola”.
“A história do ISCAC é uma verdadeira história de excelência e de resiliência”, acentuou.

Uma ideia retomada pelo autor da obra, José Amado Mendes, que traçou a história da escola, criada em 1921, por António José de Almeida, Presidente da República natural de Penavova, para dar resposta à necessidade de industrialização de Coimbra, foi extinta logo em 1926. Ressurge em 1965, graças ao empenho das forças vivas da cidade, nomeadamente José Nunes Barata, natural de Pampilhosa da Serra, que lutou pela reabertura na Assembleia Constituinte. Mais tarde a escola é integrada no ensino politécnico, muda para as instalações de Bencanta e continua a crescer, atingindo grande projeção a nível nacional.

Ao usar da palavra, António Fonseca Andrade, diretor da Escola Secundária de Avelar Brotero, recordou a criação do Instituto Industrial e Comercial de Coimbra, que “partilhava as instalações, material de ensino, professores e alunos, que circulavam entre as duas escolas. As duas escolas têm uma história comum”, sublinhou.