A direção-geral da Associação Académica de Coimbra (AAC) repudiou ontem as declarações e posições assumidas na Convenção Nacional do Chega, em que foi manifestada a intenção de cortar “todos os subsídios das associações que promovam ideologias de género e a igualdade de género” caso venha a formar governo.
“Num discurso populista e que representa todos os valores que a AAC repudia, André Ventura anunciou o seguinte: “Eu garanto-vos uma coisa, aquele dinheiro todo que damos para as ideologias de género e para promover a igualdade de género […], vou pegar nesses milhões todos e vou dizer às associações: “esqueçam, não vão receber um tostão”, colocando em causa cerca de 400 milhões de euros de financiamento para associações que promovem a defesa da igualdade de género”.
Perante estas declarações, a direção-geral anunciou a elaboração de uma agenda política para a igualdade para apresentação aos diversos partidos com assento parlamentar à exceção do Chega.
“A agenda debruçar-se-á sobre a Igualdade no seu sentido lato e completo. A AAC elaborará propostas que contribuam para a Igualdade étnica, de género, socioeconómica e relativa à identidade de género e orientação sexual”, pode ler-se num comunicado enviado à Comunicação social.
Por fim, a AAC manifesta preocupação face às declarações apoiadas e realizadas por membros do Partido Chega, em que se assumem orgulhosamente “fascistas”.
“Certamente que estes não são os valores que queremos celebrar no ano em que se comemoram 50 anos do 25 de abril de 1974 e 50 anos da Democracia em Portugal. Estaremos sempre lado a lado com a democracia”, garante a estrutura associativa.