Opinião: O dia seguinte

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No próximo Domingo vamos votar para eleger deputados à Assembleia da República. Estas eleições legislativas parecem estar muito renhidas, com vencedor incerto, mas a última sondagem, ontem publicada, colocou a Aliança Democrática na liderança, com 29,3% dos votos, seguida do PS com 23,3%. Em terceiro lugar mantém-se o Chega, com 15,6%. Em quarto surge a IL, com 7,8%, seguida do BE ( 5,5%), Livre ( 4,4%), PAN ( 3,7%) e, em último lugar, a CDU com apenas 2,1%.
Em comparação com as legislativas ocorridas em 2022, as grandes diferenças são a descida vertiginosa do PS, a duplicação do Chega e a CDU reduzida a metade. Se aplicarmos as percentagens desta última sondagem aos resultados nacionais de 2022, temos como bastante provável que o PSD não vai conseguir formar maioria paramentar sem o Chega; nem os partidos de esquerda todos somados formam maioria parlamentar. Muito importante será saber se os partidos de esquerda, todos juntos, conseguem ultrapassar o número de deputados eleitos pela AD e IL.
Isto porque, vencendo a AD, o líder do PSD será chamado a formar governo e apresentará a votos o seu programa na Assembleia da República. Se o Chega se abstiver, os deputados eleitos pela AD e IL devem bastar para que o programa seja aprovado. Contudo, o governo minoritário do PSD estará sempre na “corda bamba”, dependente de o Chega se alinhar com a esquerda, ou vice-versa, provocando a queda do governo.
Algo que poderá suceder, talvez não logo na votação do programa de governo, considerando que o Presidente da República não pode dissolver a AR antes de decorridos 6 meses após o acto eleitoral (prazo dentro do qual teremos eleições europeias), mas pode suceder aquando da votação do próximo Orçamento de Estado (o de 2025, e não o possível rectificativo do de 2024 ).
O número “mais importante” de Domingo à noite será saber se a soma do número de deputados dos partidos de esquerda suplanta ou não a soma dos deputados dos partidos de direita, excluindo os do Chega. Neste cômputo, Coimbra tem uma palavra a dizer, pois se aplicarmos as percentagens da sondagem ao distrito, os últimos 3 mandatos serão disputadíssimos. Irmos votar no Domingo vai fazer a diferença entre a AD eleger 3 ou 4 deputados, o PS eleger 2 ou 3, o Chega eleger 1 ou 2 e a IL estrear-se, ou não, a eleger pelo círculo de Coimbra.

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