No próximo dia 18 de junho, os suíços são chamados a decidir sobre dois temas decisivos para o seu futuro coletivo, com impacto direto na economia doméstica e impacto imediato na agenda climática global. Não sendo novidade o sistema de democracia direta que várias vezes por ano chama os cidadãos às urnas a decidir sobre o seu próprio futuro, é novidade desta vez, a temática de alta importância estratégica para a competitividade nacional e futuras gerações. A votação de dia 18 de junho definirá o curso da competitividade económica da Suíça para os próximos anos. Por um lado, em função da adoção ou rejeição do “global minimum corporate tax” que nivela a Suíça com os países da OCDE em matérias de impostos corporativos sobre empresas multinacionais, e por joga-se a decisão de uma nova lei estratégia de ação climática que acelera a transição energética da Suíça, propondo-se atingir a neutralidade carbónica “já” em 2050. Ambas as leis, caso adoptadas, exigirão fortes ajustamentos na economia Suíça – como tudo leva a crer pelas últimas sondagens. A verdade é que a proposta de tributação mínima da OCDE, anunciando uma nova era de padrões tributários internacionais, pretende precisamente eliminar vantagens competitivas com base em práticas agressivas, nivelando o campo de jogo. Isto confronta o eleitorado suíço com um dilema de identidade económica nacional: entre manter o apelo da baixa fiscalidade que retém as empresas globais em solo nacional ou abraçar o consenso internacional rumo a uma fiscalidade mais equitativa. Qualquer que seja o resultado, é pouco provável que fique tudo na mesma, mesmo com uma rejeição do “minimum corporate tax”. Seja qual for o veredito, a Suíça referenda também no dia 18 de Junho a sua posição e reputação internacionais. O que resultará do referendo definirá os próximos anos da economia helvética como ator económico e climático global. Resta saber como irá harmonizar a sua histórica vantagem competitiva ( 21 dos 26 cantões hoje têm impostos corporativos abaixo de 15%) com uma posição internacional mais alinhada com a OCDE ou como vai acelerar a sua transição energética doméstica sem acrescentar mais incerteza económica à sua economia nacional. Este referendo sobre a lei climática convida a Suíça a embarcar numa rota de sustentabilidade rápida, desafiando os pilares fundamentais da sua economia a adaptarem-se mais rápido que o previsto. O resultado destas duas votações terá decididamente consequências imediatas e de longo alcance estratégico para a Suíça. A palavra é agora do povo.
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