Universidade vai ter Cuidador para o Património

Posted by
Spread the love

DB/Foto de Ana Catarina Ferreira

Meia hora chegou para Amílcar Falcão explanar as linhas gerais do seu plano de ação para o novo mandato reitoral, na Universidade de Coimbra. Seguiu-se um período de perguntas de três dezenas de membros do Conselho Geral. O candidato respondeu com clareza e assertividade. Não ter concorrência tem vantagens…
A audição pública envolveu, sobretudo, questões do foro interno. A maioria dos conselheiros é também professor na UC, pelo que dominaram as problemáticas ligadas à contratação, à precariedade, à avaliação do desempenho, ao envelhecimento do corpo docente, aos rácios professor-aluno ou ao dilema dos bolseiros de investigação.
Anabela Mota Pinto, professora da Faculdade de Medicina, revelou-se preocupada com o controlo e a segurança dos prometidos exames em suporte digital. Amílcar Falcão sossegou-a. Os alunos vão deixar de usar papel e esferográfica mas os exames continuam a ser presenciais, com material informático fornecido pela universidade e inacessível à rede.
Inevitavelmente, os problemas e os projetos do Polo das Ciências da Saúde vieram à tona. Por exemplo, a grande empreitada da nova subunidade, designada “2+4”. Lembrando que é o projeto-âncora da UC, no âmbito do Portugal 2030, Amílcar Falcão assume que seria uma “infelicidade” deixar a Reitoria sem as obras iniciadas.

Sem respostas para entrada no polo 3

Outro tanto, porém, não foi capaz de adiantar, no que respeita à nova entrada para o polo: “Já fizemos tudo o que era possível; a última coisa foi dizer que a UC paga e faz as obras, mas nem assim”…
Na cultura, Falcão quer instituir a figura do Curador para o Património e João Gouveia Monteiro, diretor da Biblioteca Geral, e a presidente do Conselho Geral, Gabriela Figueiredo Dias, quiseram saber se inclui património não edificado. Falcão desfez as dúvidas: claro que é um cargo abrangente, embora propulsionado pela necessidade de dar novo fôlego ao bem protegido pela UNESCO há uma década.
Do lado dos trabalhadores não docentes, pediu-se mais contratações e mais estabilidade. Amílcar Falcão admitiu que o PRR vai trazer muitos desafios, em termos de execução, o que requer contratação de quadros técnicos, mas adverte que, daqui a quatro anos, quando acabar o plano, “tudo isto desincha”.
Por fim, a política. Nuno Moita, autarca e ex-líder distrital do PS, acentuou o apoio que o reitor da UC sempre manifestou à criação da Região Metropolitana de Coimbra – posição que ele também defende.

Sim à área metropolitana

Ontem, Amílcar Falcão não hesitou: “Coimbra não pode ser olhada como cidade mas sempre como uma região”. Na sua ótica, o processo deve ser liderado pela Comunidade Intermunicipal e envolver todos os seus municípios. “É absolutamente crucial para o futuro da cidade, da sua região e de todo o Centro do país”, sintetizou.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.