“Quien aprende una nueva lengua adquiere una nueva alma” “Quem aprende uma nova língua adquire uma alma nova”
Juan Ramón Jiménez ( 1881-1958: Poeta espanhol. Prémio Nobel da Literatura em 1956 )
Desde 2001 que, sob a égide do Conselho da Europa se celebra o Dia Europeu das Línguas.
Se qualquer língua é a expressão da nossa cultura e do nosso mundo, a aprendizagem de outros idiomas representa um extraordinário desafio para qualquer cidadão, independentemente da idade ou da língua materna que usa para comunicar no dia-a-dia. Por essa razão, esta celebração europeia anualmente tornada uma festa em setembro é, a todos os títulos, um regozijo e uma oportunidade de excelência para visibilizar e promover a aprendizagem de idiomas ao longo da vida.
No entanto, outro dos objetivos maiores é o de favorecer o plurilinguismo e a consequente comunicação intercultural numa era tão especial como a que vivemos e num espaço diverso e simultaneamente uno, como é o território europeu.
Num tempo de crescente globalização, em que as nossas necessidades comunicativas são emergentes e plurívocas, aprendermos outra língua que não a materna tornou-se um imperativo não apenas ditado pelas nossas necessidades profissionais, mas também pelas vantagens de inserção social, realização individual e de coparticipação intercultural. Numa Europa tão unida, mas em simultâneo tão diversa, celebrarmos a diversidade linguística e cultural é uma oportunidade, mas também um desafio. Por essa razão, esta data deve ser vista como um convite a todos os europeus. Somos mais de 730 milhões em 27 estados-membros e esta comemoração deve relembrar-nos e encorajar-nos a iniciar ou a prosseguir com determinação e ânimo a aprendizagem de uma nova língua.
Para aprender um novo idioma existem hoje múltiplas opções e ofertas formativas. Temos escolas públicas, academias privadas ou os tradicionais colégios de línguas, em formato presencial ou virtual. Todos oferecem cursos que vão desde a iniciação (A1 ) a níveis avançados de proficiência (C2 ). Uma nova língua é uma nova janela sobre outros países e culturas e um constante estímulo que nos garante a equidade, a integração e nos robustece o sentimento de pertença e de proximidade com todos os cidadãos europeus. Na realidade, aprender uma outra língua é partilhar também uma cultura distinta que nos conduz a um sentimento de comunhão entre todos os falantes. Para mais, na atualidade, cada um de nós é, de modo crescente um migrante ocasional: deslocamo-nos com maior frequência, a nossa mobilidade geolinguística é mais expressiva, o mundo em que vivemos é mais pequeno e mais global e as nossas necessidades de comunicação são, também elas, mais imediatas e exigentes.
Entenda-se, porém, que este estímulo que o Dia Europeu das Línguas nos disponibiliza não se reporta a um universo meramente escolar. Pelo contrário, a provocação mais exigente é a dirigida a todos aqueles que, tendo terminado o seu percurso escolar, se encontram na sua vida profissional ativa; é também – e sobretudo para esses – que a aprendizagem de uma nova língua faz cada vez mais, um especial sentido.
Todas as línguas são importantes e todas elas, nas suas especificidades e diferenciações espelham o povo e a cultura onde germinaram e cresceram, pelo que as suas aprendizagens só podem ser encaradas com a maior naturalidade e otimismo. Para vermos os mundos lá fora, os nossos olhos precisam de conhecer também as línguas que os habitam e essa é, sem qualquer dúvida, a melhor forma de entender, aprender e experienciar novas realidades e de, sem nos apercebermos, diluirmos as fronteiras culturais e as distâncias que por vezes nos separam.