O assunto agora colocado – que tipo de novo relvado no Bento Pessoa – passou há poucos dias em sessão de Assembleia Municipal. Foi interessante observar os posicionamentos em relação à hipótese levantada pela CDU de opção por relvado natural. Desde o “silêncio dos inocentes” até à manifesta falta de ambição e de perspectiva de futuro.
Os primeiros ficaram mudos por várias ordens de razão: quer seja porque nem sequer têm opinião alguma sobre o caso, quer seja por timidez, não vá o “chefe das hostes” ficar desagradado com algum atrevimento fora da linha. Quanto aos segundos, é muito triste mesmo! Defenderam a colocação de relva sintética por se não perspectivar que nenhuma equipa na Figueira possa almejar agora a mais altos voos em termos competitivos. Nem sequer pensaram na hipótese de atractividade por parte de agentes exteriores, nomeadamente equipas que aqui poderiam fazer os seus estágios!
Nada conseguiu obliterar uma enraizada falta de rasgo, que nada augura de bom! Tanto mais, quando determinadas “tiradas” são proferidas por gente bastante jovem. Os que deviam ser por essência os defensores do sonho e do futuro! Inaugurado em 1955 o Estádio homenageou uma figura de grande relevo do Desporto Nacional: o ciclista José Bento Pessoa. Aqui nascido em 1874 e recordista mundial dos 500 metros pista, tricampeão nacional e detentor de impressionante palmarés. O que acharia ele desta desvalorização do “seu” estádio, inaugurado no ano seguinte ao seu falecimento?! Ficaria desiludido como desiludida estou.
Defendo a preservação desta estrutura da cidade e pertença de todo o concelho, no respeito pelas suas características próprias. E não me refiro só ao relvado. Muito gostaria que as obras a efectuar não levem ao fatal destino de outras por aí: a perda de identidade como vai acontecer com a Piscina Praia e que poriam o sr. Arquitecto Cardoso em choque. Relvado natural, sim. A Figueira merece-o e se quer ser atractiva tem de criar condições em todos os domínios.