Toma hoje posse o novo Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, numa eleição que venceu expressivamente no colégio eleitoral ( 306 vs. 232 ) e no voto popular ( 51% vs. 47%), mas muito contestada pelo antigo presidente que termina o seu mandato rodeado de polémicas, incluindo uma nova destituição pelo Senado Americano devido a acusações de ‘incitamento insurreição’.
É extremamente positivo verificar que os EUA irão regressar já esta semana ao multilateralismo, à mesa da politica internacional e a uma maior cooperação estratégica com os seus parceiros internacionais, como atesta o seu retorno à Organização Mundial de Saúde para lutar contra o vírus COVID-19, ao Acordo de Paris para combater as alterações climáticas e, espero que futuramente, o regresso à UNESCO para promover a educação, ciência e cultura.
Mas também as relações bilaterais entre a UE e os EUA são fundamentais dado que ambas as economias representam cerca de um terço do comércio e das normas mundiais. É assim urgente que ambas as potências alinhem estratégias a médio e longo prazo e trabalhem em conjunto numa agenda positiva, conforme defendido recentemente pela Presidente da Comissão Europeia quando instou os seus parceiros americanos a colaborarem na defesa do planeta (alterações climáticas e biodiversidade), no domínio da tecnologia, do comércio e das normas internacionais, e no desenvolvimento de um mundo mais seguro, mais próspero e mais democrático.
Este é o roteiro para uma nova agenda transatlântica que deverá implicar o desenvolvimento de projectos concretos que aproximem ambas as economias, sociedades e culturas, mas que terá de passar obrigatoriamente pelo aprofundamento das relações interpessoais. Um Erasmus Transatlântico seria uma excelente iniciativa, pois todos reconhecemos o valor inestimável deste programa para aproximar a nossa cultura e educação em termos europeus.