Opinião – O futuro

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Quais devem ser os desígnios do concelho para esta década?

Os desígnios do concelho para a década que há dias começou terão de passar por vários eixos de decisão/intervenção. Sem propósitos de hierarquização, o combate à pandemia estará na linha da frente das preocupações. Desígnio nacional e mundial, já que o que se sabe sobre a doença é demasiado insuficiente e como será a sua evolução a partir da disseminação de vacinas, (que espero que aconteça de facto), é igualmente um enigma.
Falo de melhoria dos serviços públicos de saúde, com melhores condições de atendimento e com acréscimo significativo de profissionais. Esta não é directamente uma responsabilidade do poder local mas ele tem de usar o seu magistério de influência e reivindicação junto das autoridades centrais. Não só neste campo mas em todos os serviços públicos, tanta vez desvalorizados e sem investimento capaz.
Não acredito que os problemas se atenuem através da municipalização, pelo contrário. Esta apenas contribui para uma maior desresponsabilização do Estado, um lavar de mãos que coloca a batata quente sob a tutela das autarquias, insuficientemente capacitadas financeiramente para tais tarefas. Continua o flagelo da falta de emprego e da precariedade dos vínculos.
Fazer face ao futuro neste contexto é questão central para a qual devem ser apontados os focos de atenção. Exige-se o acompanhamento do tecido empresarial, zelando pelas condições de trabalho e de fixação de trabalhadores, quando for o caso. Cuidar das pessoas é também cuidar da Natureza e da sustentabilidade ambiental, outro eixo a levar em conta. Com a plantação de árvores, a limpeza de ribeiras, a protecção de espécies vegetais e animais, não se permitindo o abate indiscriminado de animais protegidos.
Exige-se atenção redobrada às pescas, impedindo o seu definhamento constante. E apoios a este sector e à agricultura. Atenção dedicada à erosão costeira e à melhoria de acessibilidade da barra. A todas as acessibilidades, afinal. Lembre-se a ferrovia e a sua importância vital. A Figueira já perdeu demais neste domínio.

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