Covid-19: Pampilhosa da Serra enfrenta agravamento após número baixo de casos

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Pampilhosa da Serra, um dos municípios do interior que durante meses manteve um dos mais baixos níveis de contágio por covid-19 do país, regista agora cerca de 100 casos ativos, informou hoje a Câmara Municipal.

Pelo contrário, o vizinho concelho da Castanheira de Pera, com quatro casos ativos, continua com “índices diminutos” de infeção pelo novo coronavírus, revelou à agência Lusa a presidente deste município do distrito de Leiria, Alda Correia.

“Na Pampilhosa da Serra, a situação é muito grave, estamos muito preocupados”, declarou Jorge Custódio, vice-presidente do executivo municipal, liderado por José Brito.

Jorge Custódio disse que, no início do novo ano, “havia apenas oito casos ativos” de infeção pelo novo coronavírus no concelho, a que se seguiu, “de repente, um aumento exponencial” do número total de contágios, “muito por força dos contactos coletivos” durante as festas familiares do Natal e do Ano Novo.

“Todos, nalgum momento, baixámos a guarda”, o que, também na Pampilhosa da Serra, “acabou por ser o rastilho de tudo o que está a acontecer”.

A situação que mais atenção requer da parte das autoridades verifica-se nas unidades da Santa Casa da Misericórdia, admitiu à Lusa, realçando que a instituição, apesar das dificuldades acrescidas do momento, “tem feito um esforço enorme” para conter os efeitos da pandemia.

“Mas Pampilhosa não é uma ilha”, adiantou o autarca, para indicar que, na sexta-feira, as autoridades de saúde tinham contabilizado cerca de uma centena de casos ativos, um balanço que, segundo as suas previsões, puderá agravar-se ao longo desta semana.

O provedor da Misericórdia local, António Sérgio Martins, confirmou que “a situação é ainda muito delicada”, com cerca de 120 pessoas infetadas, nos dois lares e outras valências da Santa Casa, incluindo 54 trabalhadores, sendo os restantes utentes.

“Temos um conjunto muito significativo de funcionários com testes positivos, o que tem limitado a nossa capacidade de intervenção”, lamentou o também presidente do Secretariado Regional de Coimbra da União das Misericórdias Portuguesas.

Em hospitais de Coimbra, estão internados três idosos, acrescentou à agência Lusa.

A Misericórdia da Pampilhosa da Serra tem cerca de 200 utentes institucionalizados, além de beneficiários de outros apoios, que são assegurados por igual número de trabalhadores, maioritariamente mulheres.

Na atual vaga da covid-19, a instituição registou dois óbitos, elevando para quatro o número de vítimas mortais devido a infeção pelo vírus, desde o início da pandemia, em março de 2020.

Na Castanheira de Pera, segundo Alda Correia, eram quatro os casos ativos confirmados na sexta-feira no concelho, onde o número de pessoas em isolamento profilático “tem vindo a aumentar nos últimos dias”.

Em finais de dezembro, havia menos de 15 casos ativos no concelho, mas depois, “felizmente, conseguiu-se ultrapassar” essa tendência, referiu.

Para Alda Correia, “a preocupação continua elevada”, tendo em conta, sobretudo, que “as pessoas não estão a acatar da mesma forma” as medidas sanitárias e o confinamento, “como foi em março”.

A presidente da Câmara sublinhou que não se verificaram até agora surtos nos lares e demais unidades de solidariedade social do município da Castanheira de Pera.

“Cada um de nós tem de ser responsável por aquilo que está a acontecer no Serviço Nacional de Saúde”, defendeu.

Na sexta-feira, no território contíguo do concelho de Pedrógão Grande, eram 94 os casos ativos de covid-19, de acordo com a Câmara, presidida por Valdemar Alves.

Em comunicado então divulgado, esta autarquia do norte do distrito de Leiria avisava que “a taxa de incidência coloca Pedrógão Grande no estado de risco muito elevado”.

A Misericórdia local, contudo, considera que a situação “está estabilizada” entre utentes e funcionários, apesar do surto que atingiu a instituição, que tem incrementado a vacinação das diferentes alas das instalações.

“Eram 24 utentes”, a que se juntam, de momento, “dois ou três funcionários, alguns com sintomas e em isolamento”, indicou à Lusa o provedor.

António David informou que dois idosos estão em tratamento em hospitais de Coimbra, um deles num estabelecimento de saúde privado.

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