É preciso criar incentivos locais para a fixação de médicos no concelho?

Tempos houve em que estiveram “consagrados” na lei mas nunca regulamentados de facto e de jure, incentivos à colocação de professores em regiões mais desfavorecidas, fossem estas no interior mais profundo ou na cintura das grandes metrópoles, dados os seus conhecidos problemas. O mesmo seria obrigatório considerar para os médicos e demais profissionais de saúde, tendo em conta a imensa relevância destes dois sectores sociais.
Sem Educação e Saúde não vamos longe! Mas tal nunca se colocaria em regiões tidas como mais evoluídas. Aqui como no resto do País os profissionais têm é de ser reconhecidos e respeitados os seus direitos. A colocação de médicos no concelho da Figueira da Foz é um imperativo urgente. Basta reflectir no número de munícipes que não têm hoje médico de família, uma realidade inadmissível na chegada à terceira década do século XXI.
Quero acreditar, porque tenho o Governo por pessoa de bem, que este concelho virá a beneficiar em breve de mais médicos de saúde pública, quando for cumprida a decisão tomada em Assembleia de República, na passada semana, ao aprovar uma proposta do Partido Comunista Português.
Esta proposta aponta a contratação de 935 médicos de família, 630 enfermeiros, 465 assistentes técnicos e 110 assistentes operacionais, ao longo do próximo ano. Os senhores deputados que se abstiveram nesta matéria, têm a obrigação cívica de explicar aos portugueses, e de modo muito especial aos cidadãos que não têm médico de família, as razões do seu voto nesta questão de vida ou de morte!
Aos defensores da Saúde como negócio para os privados faltou-lhes coragem para votar contra! Tenham vergonha! Não estejam preocupados outros com o facto de não se graduarem tantos médicos em 2021. E daí? Não têm sido chamados clínicos já na situação de aposentação, se se sentirem aptos para exercer e na posse das suas capacidades? E estrangeiros? No nosso concelho há já alguns com muito boas provas dadas, nomeadamente no Hospital Distrital. Poder-se-á recorrer a todos estes e cumprir o que a Assembleia aprovou, a desgosto das sete criaturas!