Opinião: Urbanisticamente pensando

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As cidades que acompanharam os seus ciclos de crescimento com cuidados de planeamento e lógicas de vivência e funcionalidade, conseguiram criar novos espaços e novos ambientes que permitiram também diferentes fruições sem pôr em causa a sua estética e identidade.

Já noutras o crescimento potenciado dos anos 70 onde se iniciou uma explosão urbanística sem precedentes, a par das tentadoras receitas para as autarquias provenientes de taxas e licenças, tiveram como consequências a descaracterização de muitas das nossas cidades. As alargadas competências dos municípios em urbanismo, o poder de decidir em matéria de urbanização, alteração do uso do solo e licenciamento de obras, deram azo ao aparecimento dos chamados “mamarrachos”.

Em algumas cometeram-se mesmo os chamados “crimes urbanísticos”, dando origem a muitas decisões discricionárias que não defenderam um conceito de cidade adequado às suas especializações territoriais. Mais uma vez a Figueira da Foz, considerada nos anos 50 uma “Biarritz” portuguesa, padeceu da mesma tendência, ficando a memória das suas construções mais carismáticas, que hoje refuncionalizadas seriam verdadeiros espaços de atração e de diferenciação. É fácil enumerá-las e perceber como o seu desaparecimento e substituição por novas construções nada trouxeram de vivência nem de estética, o Pátio das Galinhas, o Tamaris, a Sacor, etc, seriam hoje diferenciadores na contemporaneidade da cidade…

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